segunda-feira, junho 30, 2008

Discos Feitos Por Mulheres Com Barbas Farfalhudas-: 1- Peaches

quarta-feira, junho 25, 2008

Morângulos Com Açúcar- Episódio 79, 432

Pátio do Colégio. Alga está com vários livros debaixo do braço, para a sua aula de Hermenêutica Bartlebyana III, quando vê Low, pensativo, a ouvir músicas no seu ipod, enquanto tenta ler o Livro “O Abecedário Português para Totós”.

Alga- Low, meu, o que é que estás a fazer? Pensei que tavas, tipo, a surfar e que nem ias às aulas, hoje é o teu dia de anos!
Low (distraído, e desligando a música do seu ipod)- não dá, puto, hoje à noite tenho, tipo, o jantar de anos e tenho, tipo, de estudar umas cenas até lá, tás a ver?
Alga (muito espantado)- estudar, Low? Para quê? Hoje em dia já não se chumba, puto, não te preocupes com isso!
Low- Yá, Alga, eu sei, mas hoje disseram-me umas coisas que me fizeram, tipo, pensar, meu....
Alga- ah, sim? E o quê?
Low- primeiro que tudo, recebi ontem mais uma nega a matemática, e o prof disse-me, tipo, “senhor Gones, o senhor não pensa, tipo, usar o cérebo, um dia, até, tipo, morrer?”
Alga- ele disse isso?
Low- Yá, meu, falou-me disso do cérebo, exactamente!
Alga- Cérebro
Low- Yá, como te disse, Cérbero
Alga- não, Low. Cérebro. Cérbero era um cão com 3 cabeças
Low- tás a dizer que o meu cérebo é um cão?
Alga- não, Low, esquece....
Low- E houve outra cena, meu. Os meus cotas perguntaram-me hoje: Low, man, o que pensas, tipo, fazer da vida?
Alga- eles perguntaram isso?
Low- Yá, chaval, disseram, “Low, puto, quais são os teus intresses”?
Alga- e tu, que respondeste?
Low- eu disse, tipo, surfar, ir à praia, beber umas cervejas, ver futebol, tar com uma miúda, surfar, ir à praia, sei lá, meu, tanta coisa....e eles começaram a dizer cenas maradas, tipo, que há mais cenas da vida para além disso, que eu devia estudar....e estou, tipo, confuso, Alga....e precisava da tua ajuda....
Alga (espantado)- mas em que é que eu posso, tipo, ajudar-te, mano?
Low- puto, tu tens tipo, uma ganda cachola, tu é que deves ter, tipo, três cães aí dentro da cabeça, a ladrar-te, tipo, bués, para tu estudares e seres bué cromo!
Alga- não sou assim tão cromo....
Low- claro que és, chaval! És bué de cromo, por isso é que não papas népias de gaijas.Olha, puto, vamos fazer uma coisa: tu ensinas-me, tipo, a escrever, e eu ensino-te a ser um gajo bué cool e dread, para teres bué miúdas!
Alga (entusiasmado)- ensinas-me, tipo, a conquistar miúdas?
Low (dando uma carolada em Alga)- claro, mano! Tens é de deixar de andar sempre, tipo, com essas cenas de livros debaixo dos braços! E tens de ouvir ipópe , puto, os gajos dreads ouvem ipópe
Alga- por acaso, não conheço nada de Hip-Hop...
Low- olha, vou-te mostrar esta cena que tenho no ai pode. Isto é um gajo africano, e tem um som altamente! É mesmo, tipo, brutal!
Alga- a sério? O que é isto?
Low- é um mano lá de um país africano chamado ChelaX. O puto chama-se Sam the Kid. Ouve isto, man!
Alga (ouvindo)- Yá, chaval, altamente!
Low- Yá, e o gajo é preto! É bué bacano um tipo ouvir isto. Aqui no colégio não há manos, e é bom ouvir cenas de pretos por causa do multiculturismo.
Alga- sim, também não conheço manos, por acaso.
Low- os pretos são fixes, meu! Uma vez conheci um bué bacano, numa Bomba de Gasolina. Eu tava lá com o meu cota, de carro, o meu cota deu-lhe uma fichazinha, tás a ver, e o mano, começou a lavar o carro, sem mais nem menos!
Alga (desviando a conversa)- pois...olha, está prometido, eu ajudo-te com os estudos!
Low- obrigado, puto! E agora, pa comemorar, bute pá praia! Vou-te ajudar a surfar!
Alga (entusiasmado)- a sério, Low? Ensinas-me??
Low- claro, man! Até és fixe, Alga.
Alga (dando um abraço a Low)- Low, chaval..sabes, tipo, uma coisa? Acho que este é, tipo, o início de uma bela amizade!
Low (afastando Alga)- puto, calma aí! Nada de paneleirices!

Os dois amigos riem-se e afastam-se, em direcção à Praia de Carcavelos. Low repara que lhe nasceu o primeiro cabelo branco, mas nada diz.

sábado, junho 21, 2008

segunda-feira, junho 16, 2008

A História Banal de José Manuel, Um Homem Sem Pescoço

José Manuel era um rapaz simpático e inteligente, mas sem sucesso com as mulheres. Talvez por não ter pescoço. A cabeça, de tamanho normal, com um aspecto normal, surgia-lhe logo a seguir aos ombros, o que lhe dava um aspecto pitoresco. José Manuel é que não achava a situação pitoresca. Talvez por isso se acanhasse e não metesse conversa com as mulheres. Afinal, se os ombros, mesmo os de um cão, são importantes, também o é o pescoço.
Farto da situação, teve, um dia, uma ideia brilhante: arranjou um colar ortopédico e colocou-o no local onde deveria estar o seu pescoço. Depois de se mirar ao espelho, satisfeito, foi sair para um bar. Sentou-se numa mesa e depressa despertou a atenção de uma mulher, que estava sentada, sozinha, a outra mesa:
- Está com um colar ortopédico? O que lhe aconteceu?
- Oh....nem lhe conto, respondeu José Manuel. “Uma história terrível”.
A partir desse dia, José Manuel passou a ter muito sucesso com as mulheres, que se sentiam atraídas por esse homem com um colar ortopédico, e de aspecto tão sofrido.
Até que José Manuel se apaixonou por uma bela colega, de formas voluptuosas e uns lindos olhos verdes, do Curso de Escrita Criativa de Pinturas de Murais, Vertente Web, a Maria Francisca Rovisco de Simões Corte-Real.
Após um namoro, que durou alguns meses, resolveram casar. Para abreviar a história, poderei apenas dizer que José Manuel nunca contou o seu segredo à ternurenta Maria Francisca, que ignorava por completo o defeito físico do seu futuro esposo. José Manuel apenas lhe dissera que teria de usar o colar ortopédico para o resto da vida.
- Não há problema, amoreco, respondeu Maria. “Sempre achei que os homens com colares ortopédicos eram mais sexys”.
Casaram e foram felizes durante alguns anos. Mas a angústia de José Manuel não parava de aumentar. Tinha de dormir com o colar, e nunca o podia tirar quando estivesse na presença da sua querida mulher, o que lhe causava muitas dores.
Contrariando a vontade de Maria Francisca, recusou-se a ter filhos. E se fosse hereditário? Não queria arriscar-se a trazer para este mundo mais uma pobre criatura sem pescoço.
Ao fim de 8 anos de sofrimento, não aguentou mais. Tirou o colar ortopédico e suicidou-se. Atirou-se da janela do quarto porque não se conseguiu enforcar, depois de várias tentativas. Antes de se matar, escreveu uma carta para a sua mulher, que deixou num envelope, em cima da cama.
Maria Francisca, ao saber do sucedido, chorou muito e mostrou-se perplexa com a decisão do seu marido. Até que leu a carta. “Minha querida, não aguento mais. Guardei-te sempre um terrível segredo, com medo que me deixasses. Eu não tenho pescoço, nem nunca tive. O colar ortopédico era falso. Muitos beijos e desculpa. O teu querido José Manuel”.
Maria Francisca pousou a carta, pensativa. Depois, cansada, foi vestir o pijama. Pela primeira vez, em oito anos, ia dormir sozinha.
Ainda leu um livro, durante meia hora. De seguida, um pouco aliviada, desatarraxou a sua cabeça, que era, obviamente, falsa, e pousou-a em cima da mesa de cabeceira.
Deitou-se, e adormeceu pouco depois, com a janela do quarto, de onde se atirara umas horas antes o seu marido, ainda aberta, e com a agradável sensação de sentir o ar fresco primaveril a entrar pelo seu corpo dentro, pela cavidade onde estivera atarraxada, minutos antes, a sua cabeça.
Era a primeira vez, em oito anos, que podia fazer isto. “Realmente, uma pessoa tem sempre de fazer sacrifícios no casamento. Antes viver sozinha”....pensou, antes de adormecer um sono sem sonhos, como têm todas as pessoas sem cabeça.

quinta-feira, junho 12, 2008

E maternidades?

quarta-feira, junho 11, 2008

Ainda há vagas nos cemitérios?

segunda-feira, junho 09, 2008

Os Meus Passatempos

Hoje esteve bastante calor e não me apeteceu ficar em casa. Pensei em várias formas de combater o tédio, num dia destituído de sentido (não havia jogo da Selecção Portuguesa). A praia ficava longe, devia estar cheia de gente. Até que resolvi ir à Feira do Livro. Mas não me apetecia andar. Por isso, pedi uma cadeira emprestada e montei uma pequena banca, com a seguinte inscrição: “Sessão de Autógrafos- Com Eça de Queirós (O Autor do Crime do Padre Amaro)”. Não tive de esperar muito. Várias pessoas, ao verem o cartaz, afastaram-se da fila de autógrafos do escritor que estava ao meu lado, um velhinho careca a fazer-se passar pelo José Saramago e fizeram fila para a minha banca. Miúdas de liceu e de Institutos Politécnicos traziam livros para eu assinar:
- É para a minha mãe, que é grande fã!
E logo olhavam para mim, de relance:
- Mas olhe que nunca pensei que o Eça de Queirós fosse assim tão enxuto e xuxu!
- É por causa do Holmes Place, respondi.
Ao mesmo tempo que dava os autógrafos, pedia um donativo para a FPF (Federação Portuguesa de Filósofos).
Em breve, já estava com dores nas mãos, de tantos autógrafos dados.
Muitos homens se aproximaram, olhando-me, cúmplices, perguntando se eu conhecia a Soraia Chaves, por causa da adaptação ao cinema do meu livro.
Algumas mulheres, em contrapartida, perguntaram se eu conhecia o Gael Garcial Bernal, por causa da adaptação mexicana.
Os meus colegas do Ângulo resolveram imitar-me, e montaram também umas bancas à minha frente. O Boécio fez-se passar pelo Roberto Bolaño e o Algazel fez-se passar pelo Herman Melville. Quanto à Safo, fez-se passar pela Safo.
Acabei por me fartar e levantei-me. Ainda ajudei o velhinho que se fazia passar pelo Saramago a sentar-se numa cadeira de rodas.
Depois, fui dar de comer aos patos, num lago próximo.
Foi uma tarde bem divertida e ainda cheguei a casa a tempo do Telejornal, para ver os resumos dos jogos do dia do Europeu de Futebol.

domingo, junho 08, 2008

quinta-feira, junho 05, 2008

Temos que encarar Bartleby como uma reencarnação do Capitão Ahab. Só assim os compreenderemos. No entanto, Melville sabia que o mundo é inexplicável, que uma personagem não é mais do que um sonho. Onde estão os sonhos? Onde está Ahab, Moby Dick, Pip? Talvez a resposta a este enigma esteja em Bartleby.

segunda-feira, junho 02, 2008

Torne-se Sócio do Ângulo!!! Já!!

Para ser um adepto do Ângulo à altura, só lhe falta ser sócio.

Ao tornar-se sócio do Ângulo, beneficia de vantagens exclusivas e completamente gratuitas, descontos no merchandising do Ângulo (Tshirts, DVD's da Série Morângulos Com Açúcar, etc.), reserva de bilhetes para concertos dos BAL'Z e viagens, para acompanhar os membros do Ângulo Saxofónico no seu dia-a-dia. Poderá, assim, confraternizar de perto com os seus ídolos, vê-los fazer musculação no Holmes Place, ou vê-los tocar piano e concertina, receber autógrafos e ter dois dedos de conversa "filosofílicos"!

O estatuto de sócio do Ângulo e respectivo cartão são totalmente gratuitos. Por isso, já sabe! Para apoiar o Ângulo, não basta gritar saltar e erguer o cachecol. É preciso ser sócio. Viva Portugal! Viva o ÂNGULO SAXOFÓNICO!!

Os interessados terão um cartão parecido com o que em baixo se apresenta. Há 4 cartões diferentes, cada um com a cara do seu Ângulo preferido: Algazel, Boécio, Lugones ou Safo. Os sócios têm a possibilidade de escolher o cartão mais do seu agrado!!

P.S.: O Ângulo conta com o apoio da FPF- Federação Portuguesa de Filósofos. Se quiser dar um donativo a esta Federação, faça-o, por favor! A Federação tem grandes dificuldades financeiras e está, neste momento, a construir um Abrigo Para Filósofos, género Casa do Artista, numa antiga Fábrica desactivada, onde agora colocaram uns livros, uns pianos e umas garrafas de vinho, para os Filósofos se sentirem ambientados.


domingo, junho 01, 2008

Temos que encarar Bartleby como uma reencarnação do Capitão Ahab. Só assim os compreenderemos.
in

Spring comes(no-
one
asks his name)

a mender
of things

with eager
fingers(with
patient
eyes)re

-new-

ing remaking what
other
-wise we should
have
thrown a-

way(and whose

brook
-bright flower-
soft bird
-quick voice loves

children
and sunlight and

mountains)in april(but
if he should
Smile)comes

nobody'll know

(e. e. cummings)
2ª CENA

O Coração olha para o infinito, com o semblante carregado de melancolia. É gordo e parece um maltrapilho. Entra o Fígado, furioso e amarelado.

Fígado: Coração, preciso de falar contigo já!
Coração: Agora não, Fígado, estou cheio de mágoas.
Fígado: Pois, é por isso mesmo. Ele acaba de me mandar produzir outra vez a bílis negra para se carregar de melancolia. E a culpa, como sempre, é toda tua!
Coração: Já te disse que não estou em condições.
Fígado: Por isso é que estás cada vez mais gordo! Sempre cheio de mágoas. E quando não são mágoas, são paixões, ou afectos, ou seja lá o que for. Ainda não aprendeste a fazer dieta?!
Coração: Desculpa, mas não vou aceitar sugestões, e muito menos insultos, de órgãos menores. Ainda para mais, eu sou o sustento de todos vocês, se um dia desaparecer, desaparecem todos.
Fígado: Ai é? Pois experimentemos viver sem fígado, verás quanto tempo nos aguentamos sem filtrar toxinas.
Coração: Deixa-me em paz. Já te disse que estou cheio.
Fígado: Gordo e miserável. Devias ter vergonha. As roupas esfanicadas, a barba por fazer, falta de banho e cicatrizes por todo o lado. Que degredo!
Coração: Cala-te.

Entra a Boca, de mãos na anca, nariz empinado e pose afectada.

Boca: Já ouviste, deixa-o em paz! Ele foi muito maltratado. E qualquer desatenção pode ser a gota de água.
Fígado: E eu? Cada vez que ele se resolve encher do que quer que seja, lá sou eu forçado a produzir bílis negra até à náusea. E tu és a mesma coisa, ó Boca, quando andas muito juntinha com ele, aparecem-te sempre uns apetites especiais, como o da vinhaça, e eu é que me lixo. Há alturas em que ando tão inchado que pareço um peru pronto a virar foie gras. Um dia destes aparece-me mesmo uma cirrose e depois queixem-se se parecerem os líderes do pelotão, amarelinhos que nem uns pintos.
Boca: Eu com as tuas impertinências posso bem, mas deixa o Coração em paz. Qualquer dia dá-lhe um colapso e vamos todos desta para melhor!
Fígado: Mas ele não se sabe defender, é? Não tem boca?
Boca (ainda mais afectada): Ah, ah, ah, que piadinha. Volta mas é para o teu cantinho, sim?
Fígado: Eu já disse que estou farto disto. Ele passa o tempo ali fechado [o Fígado aponta para o canto do palco, onde se acende um foco que ilumina o Cérebro, sentado à secretária num gabinete minúsculo, com a cabeça apoiada nas mãos], isto está tudo um caos, já nenhum órgão percebe bem a sua função, cada um à mercê dos caprichos dele, e vocês os dois a aproveitarem-se da situação. O Coração para se encher de tudo o que lhe apetece, engordar até mais não poder e ficar naquele estado deprimente. E tu, para veres satisfeitos todos os teus desejos mais desbragados. Os outros que se lixem, que paguem a factura.
Boca (histérica): Recuso-me a ouvir mais! Sou caprichosa, sim, e então? Sou uma boca maravilhosa, capaz de providenciar os mais nobres discursos, adornada com uns lábios carnudos e sensuais e com dentes brancos e perfeitos. Acho que mereço ser bem recompensada. Já tu, órgão horroroso e mesquinho, tens mais é que comer e calar.
Fígado: Seja, eu avisei. E tu não te vais ficar a rir por muito tempo. Não tarda nada os teus dentes branquinhos vão começar a apodrecer e a cair. E, caso não tenhas notado, andas a cheirar mal. Pudera, com o que atiras ao Estômago! Coitado, ele já nem se queixa. Mas eu sei que lhe está a nascer uma úlcera. E toda aquela azia vai subindo, subindo, até te pôr a tresandar.
Boca (cheira-se com um ar preocupado): Ora, isso é inveja, não cheiro nada mal... Sou maravilhosa. Maravilhosa, ouviste!
Fígado: Eu não digo mais nada. Adeus, vamo-nos vendo, infelizmente.

No te salves

No te quedes inmóvil
al borde del camino
no congeles el júbilo
no quieras con desgana
no te salves ahora
ni nunca
no te salves
no te llenes de calma
no reserves del mundo
sólo un rincón tranquilo
no dejes caer los párpados
pesados como juicios
no te quedes sin labios
no te duermas sin sueño
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo

pero si
pese a todo
no puedes evitarlo
y congelas el júbilo
y quieres con desgana
y te salvas ahora
y te llenas de calma
y reservas del mundo
sólo un rincón tranquilo
y dejas caer los párpados
pesados como juicios
y te secas sin labios
y te duermes sin sueño
y te piensas sin sangre
y te juzgas sin tiempo
y te quedas inmóvil
al borde del camino

y te salvas
entonces
no te quedes conmigo.

(Mario Benedetti)
"A filosofia não tem este espírito em conta; e, contudo, tão certo estou da existência da minha alma como de que a perversidade é um dos impulsos primeiros do coração humano... Quem não se surpreendeu cem vezes a si próprio no momento de cometer uma acção estúpida ou maldosa pela simples razão de não dever cometê-la? Não haverá em nós uma disposição constante, que desafia descaradamente o bom senso, uma disposição a transgredir aquilo que é a Lei, pelo simples facto de o ser?"

O gato preto, Edgar Allan Poe