quarta-feira, junho 24, 2009

Folheto de Promoção a 7 Hills Sunny City

Em meados do Século XXI, Portugal transformou-se numa região europeia semi-desértica. As gerações mais novas emigraram, há muito, para outras paragens (Estados Unidos, Angola, resto de Europa, China, etc.). Ficaram os mais velhos que, depois de se terem reformado, voltaram para as suas aldeias de origem. Os imigrantes, obedecendo ao velho cartaz do PNR, apanharam o avião para outras paragens.

As grandes cidades foram sendo, aos poucos, reduzidas ao abandono. Os poucos serviços remanescentes concentraram-se nas outrora chamadas “Avenidas Novas”. As pessoas que trabalhavam, diariamente, nessas Avenidas Novas passaram a habitar, exclusivamente, nas chamadas “Cidades-Satélite”, em Condomínios de Luxo de Betão, com nomes apelativos como “Convent Walls”, “Jardins do Eden” ou “Luxury Enchantements”.

Os Centros Históricos tornaram-se locais decrépitos e insalubres, e muitas ruas foram fechadas ao público, por terem prédios devolutos, e em riscos de ruir a qualquer momento.
Até que várias empresas internacionais de recuperação de Cidades Históricas Internacionais se lembraram deste cantinho à beira mar plantado, e resolveram investir em força. Ao fim de um ano, surgiram as Cidades Históricas Recuperadas de Lisboa, Porto e Coimbra.

Segue-se, agora, um exemplo de folheto de promoção da Cidade Histórica de Lisboa (agora rebaptizada de 7 Hills Sunny City, Inc.), na versão portuguesa, destinado ao público luso-luso-descendente:

“Abriu as portas ao público, no passado dia 1 de Janeiro, a Cidade Recuperada de 7 Hills Sunny City, Inc., (que antigamente se chamava Lisbon).
A velha cidade de Lisbon estava desabitada há vários anos, depois de ter assistido a uma sucessiva vaga de migrações, que a privaram de toda a sua população, que chegou a atingir os 700.000 habitantes, em meados dos anos 80, do Século Passado.

Ora, a Portuguese Delight, S.A. (empresa de Construção Civil especializada na Recuperação de Cidades Históricas, e filial da grande empresa South European Delight, S.A.) em colaboração com a Empresa de Viagens Turísticas Latino Chik, Lda, teve a brilhante ideia de recuperar totalmente o Centro Histórico da cidade de Lisbon, mantendo as casas antigas, e o traçado original das ruas, mas dotando-as de modernas infra-estruturas e de todas as comodidades de uma grande metrópole civilizada e dinâmica.


As anteriores casas foram reconstruídas, preservando a fachada original, mas modificando todo o seu interior. Por isso, e como poderão ver nas fotos do site (www.7hills-sunny-city.com) há casas para todos os gostos: desde o Modelo Urbano-Rural 1, com lareiras incorporadas, e lenha artificial especial, que parece mesmo arder (todas as casas têm aquecimento central), até ao Modelo Urban Ultra-Chik, que funciona como um Condomínio Fechado.
As habitações possuem aspectos comuns (mobílias antigas em castanho, cozinha completamente equipada, televisão a cores e com TV Cabo, internet wireless…).

Todas as casas têm funcionários ao seu dispor, recrutados de entre os herdeiros dos antigos habitantes da cidade, e que fizeram previamente um Curso de Formação. Os funcionários (que são de origem portuguesa pura, o mais próximo possível de D.Afonso Henriques, e sem genes desviantes, descaracterizadores desta raça) vestem-se a rigor, com os trajes originais “Alfacinhas”, e estão imbuídos da pronúncia original desta cidade sud-europeia. Os funcionários sabem, obviamente, outras línguas.

Para além disso, cada um deles recebeu formação específica numa determinada habilidade típica lisboeta. Há funcionários que sabem, por exemplo, pescar nos barcos típicos portugueses, ou outros que sabem fazer um dos desportos típicos portugueses, a Tourada.
Como existe uma modalidade de “Turismo Por Motivações”, há, todos os dias, cursos de formação para todos os interessados que queiram aprender as artes portuguesas!

Sinta-se como um verdadeiro lisboeta e experimente ser varina, aguadeiro, amolador, poeta ou fadista durante um dia!
As actividades serão filmadas, e os interessados poderão mostrá-las aos colegas de trabalho, quando voltarem ao trabalho, no seu país de origem!
Um pouco por toda a cidade ouvirá, ainda, as vozes dos antigos habitantes, pois a Portuguese Delight, S.A., teve o cuidado de fazer uma recolha etnográfica, onde obteve os sons originais de Lisbon, e as vozes de anteriores habitantes. Para este efeito, há megafones, espalhados por todas as ruas, reproduzindo fielmente todos os sons que se ouviam há 50 anos, para que os visitantes se sintam transportados no tempo.
Se quiser ter um fim-de-semana romântico, na companhia de um/a genuíno/a espécime latino, há toda uma panóplia de bares e discotecas preparados para o efeito, onde funcionários treinados na arte original do engate lusitano, sem quaisquer tipos de doenças venéreas, e devidamente esterilizados, farão todo o trabalho por si. Experimente o fogo da paixão latina!
De que está à espera? Reserve já o seu lugar na 7 Hills Sunny City, a cidade recuperada do futuro!”

quinta-feira, junho 18, 2009

Os Novos Amigos do Conde Drácula

O Conde Drácula sentia-se sozinho e aborrecido, no seu velho e desconfortável Castelo, na Transilvânia.
Nenhum dos poucos vizinhos que restavam vivos se atrevia a convidar o Conde para entrar em sua casa. Por isso, Drácula passava todo o tempo a reler os velhos livros da sua biblioteca, ou a rever, pela milésima vez, as cópias muito estragadas que tinha dos filmes clássicos de terror dos anos 30.


Drácula começou a entrar em depressão. Acordava muito tarde, nunca antes da uma da manhã, e aproveitava muito mal as suas noites. Teve de tapar todas as janelas do seu Castelo, pois ficava desperto até altas horas do dia.
Tinha pouco apetite, e alimentava-se mal, muitas vezes de sangue de animais de aviário, o que contribuía para aumentar o seu aspecto macilento.
Deixou de se transformar em morcego, para dar os seus velhos voos pelas redondezas, uma prática ancestral, e que o divertira tanto, durante séculos, mas que agora lhe provocava, somente, um intenso tédio.

A existência do Conde Drácula poderia ter ficado, irremediavelmente, em perigo, se não fosse a ajuda providencial do seu velho amigo Yeti, também conhecido como Abominável Homem das Neves.
Yeti sofria dos mesmos problemas de solidão, pois encontrava-se enclausurado na sua caverna no alto das montanhas dos Himalaias. Contudo, arranjou uma solução eficaz para combater os seus problemas, que descobriu, por acaso, enquanto navegava, um dia, pela internet, no seu computador portátil, com sistema wireless.
Yeti aderiu ao Facebook e, em poucas semanas, possuía já mais de 1000 amigos. Como tal, enviou um convite para o seu velho amigo Drácula.

Drácula, depois de acordar, mais uma vez, às duas horas da madrugada, abriu, ensonado, o seu email, e reparou no pedido de adesão do Yeti. Ao princípio, não percebeu logo do que se tratava, mas, na sua condição de vampiro deprimido e solitário, não podia dar-se ao luxo de recusar qualquer tipo de convite, e aceitou a amizade virtual do seu velho compincha.
Curioso, Drácula foi ver a página de Facebook do Yeti. Reparou que havia várias sugestões, e muitos amigos comuns, perdidos nos confins do tempo das suas memórias.

Em poucas horas, Drácula fez o pedido de amizade a centenas de utilizadores do Facebook, entre eles, centenas de desconhecidos, tais como jovens rapazes e raparigas do extremo oposto do globo, ou Livrarias e Associações Culturais de que desconhecia, por completo, a existência.
Assim passou toda a noite, até que se deitou, cansado e satisfeito, antes de o sol raiar.
Acordou logo depois de o sol se pôr, com uma animação e agitação que desconhecia desde há décadas, quando se aperaltava para entrar em casa das suas muitas vítimas, que o convidavam para jantar (velhos tempos!).
Abriu, receoso, o seu email, mas depressa foi invadido por uma intensa alegria, ao saber que os seus pedidos de amizade haviam sido aceites.

Foi ao Facebook, e aprimorou o seu perfil, colocou fotos dos seus melhores quadros, e apontou os seus livros, filmes e discos favoritos. Descobriu, com grande surpresa e alegria, que havia vários clubes de fãs do Conde Drácula, espalhados por todo o mundo.
Começou a contactar com os seus novos amigos, depressa ficou com os seus endereços de Messenger e Myspace, criou um blog e arranjou uma conta no Twitter.
Divertia-se a responder aos mais variados géneros de Quizzes, e criou outros, como: “qual é o teu tipo de sangue”, ou “em que parte do corpo é que gostarias de ser mordido por um vampiro?”.

Em breve, tinha amigos por todos os cantos do globo, desde o Pólo Norte, até à Terra do Fogo, passando por Prypiat, Varosha, ou pelas zonas mais remotas da Sibéria.
Todos o convidavam a passar umas temporadas nas suas casas. O Conde Drácula, quando lia os convites, sorria embevecido, mas adiava sempre a data da partida. Custava-lhe sair de casa, e deixar ao abandono toda a sua rede global de amigos. Além disso, tinha de actualizar o seu blog, fazer comentários nos blogs dos amigos, aceitar as centenas de pedidos de amizade que surgiam todos os dias, e ver os incontáveis vídeos que lhe enviavam. Não se podia ausentar por muito tempo.

Só saía durante breves minutos, todas as noites, para se transformar em morcego. Sobrevoava toda a sua região, sonhando com viagens a terras distantes e paraísos longínquos, antes de regressar ao Castelo, para ver, mais uma vez, o email. Bebia um batido de sangue e deitava-se no velho caixão de madeira, herança de família deixada pelos vampiros ancestrais. Enquanto adormecia, o Conde pensava em novos Quizzes: “em que tipo de caixão gostarias de descansar, caso fosses um vampiro morto-vivo?”…

quinta-feira, junho 11, 2009

Pequeno Conto Didáctico Erótico-Jurídico

Amílcar gostava de andar de transportes públicos, principalmente nas horas de maior movimento, quando as carruagens estão apinhadas de gente, amontoada por todos os cantos e recantos do espaço disponível, tornando indisponível qualquer zona neutra de protecção inter-corporal.

Amílcar entrava nas carruagens, vestindo o seu sobretudo preto, que o tapava quase até aos pés, e fixava o olhar numa qualquer bela rapariga que estivesse próxima de si, escolhida ao acaso. Quando esta lhe retribuía o olhar, Amílcar abria, de repente, o seu sobretudo e deixava, então, à vista de todos e, principalmente da bela rapariga com quem trocava olhares, o seu corpo desnudado.

Amílcar sabia que estava a importunar outras pessoas, praticando actos de carácter exibicionista, e que a sua conduta era punível com pena de prisão até 1 ano, ou com pena de multa até 120 dias. Até porque Amílcar patenteava impudicamente aos olhos estranhos os seus órgãos genitais.
Amílcar não era, segundo as palavras do jurista Asdrúbal de Aguiar, um exibicionista patológico, ou seja, aquele indivíduo doente por motivo de moléstias várias (paralisia geral, idiotia, imbecilidade, demência senil, sonambulismo, etc), nem um frotteur (indivíduo que não exibe os órgãos sexuais, mas antes se deleita em “chegar-se às mulheres encostando-lhes as partes genitais ocultas pelo vestuário às nádegas ou às coxas”). Estes indivíduos são, regra geral, totalmente irresponsáveis, ou, pelo menos, quase totalmente, por serem vítimas dos impulsos irresistíveis da doença.

Amílcar era, pelo contrário, um depravado, ou seja, um indivíduo que executa o acto tão-somente por depravação ou deboche, não havendo, portanto, qualquer doença que o justificasse. Procedia assim porque sentia prazer em vexar as pessoas, porque se deliciava a vê-las ruborizarem-se, sendo mulheres ou raparigas honestas, ou apressarem o passo fugindo da sua presença. No seu caso, a responsabilidade criminal era incontestável.

Na grande maioria dos casos, as pessoas afastavam-se, com asco, e saíam, a correr, na estação seguinte, o que ajudava a explicar o facto de Amílcar nunca ter sido condenado, uma vez que, em regra, nestes casos, o procedimento criminal depende de queixa.
Amílcar não teria quaisquer hipóteses, pois o crime consuma-se com a simples prática, perante alguém, de actos de carácter exibicionista que o possam molestar, obrigando-o a presenciar cenas que os seus sentimentos pessoais relativamente a tais matérias repugnam.

Ora, naquele belo final de tarde de Verão, Amílcar entrou, como sempre, na carruagem do metro, apinhada de gente, vinda do trabalho. Fixou o seu olhar numa jovem mulher, de cerca de 25 anos, morena, e de estatura média, que lhe retribuiu o olhar, sorrindo.
Cerca de 5 minutos depois de ter entrado, e entre duas estações, Amílcar abriu o seu sobretudo, com um certo alívio, uma vez que estava muito calor, expondo a todos os presentes, o seu “membro viril”.
Como sempre, as hostes agitaram-se, os olhares ruborizaram-se, uma ou outra mulher fingiu desmaiar, e alguns homens retribuíram-lhe um olhar hostil. Mas ninguém disse nada, e todos saíram, em passo apressado, na estação seguinte. Todos menos a miúda de cerca de 25 anos, com quem Amílcar trocara vários olhares, e que agora se ria.
Este, ao ver a sua reacção, ficou, por uns instantes, atónito. Depois, sorriu-lhe. Instintivamente, e com uma inexplicável vergonha, voltou a tapar o sobretudo, o que provocou alguns risos à rapariga. Começaram a conversar, apresentaram-se, ela chamava-se Bárbara, saíram do metro, e foram tomar um café.

Bárbara convidou Amílcar a ir a sua casa, entraram, e começaram a beijar-se, muito pacificamente, sem qualquer tipo de coacção sexual (sem usarem a violência, ameaça grave, ou qualquer tipo de constrangimento para a prática de actos sexuais de relevo).
E praticaram, de facto, actos sexuais de relevo, ou seja, segundo Figueiredo Dias, “todos aqueles actos que, de um ponto de vista predominantemente objectivo assumem uma natureza, um conteúdo ou um significado directamente relacionados com a esfera da sexualidade e, por aqui, com a liberdade de determinação sexual de quem o sofre ou o pratica”.

Os actos que praticaram naquela noite invadiam, de uma maneira objectivamente significativa, aquilo que constitui a reserva pessoal, o património íntimo que, do domínio da sexualidade, é apanágio de todo o ser humano.
Praticaram todo o tipo de actos sexuais que relevam, nas palavras de Manuel Leal-Henriques (Juiz Conselheiro no Supremo Tribunal de Justiça): tudo começou com a desnudação de Amílcar e Bárbara; depois, passou-se para os beijos procurados nas zonas erógenas do corpo, como os seios, a púbis, o sexo, etc, seguindo-se os actos de masturbação mútua.
Em seguida, passaram para o coito oral (introdução do pénis de Amílcar na boca de Bárbara), cópula (ligação dos órgãos sexuais do homem com os da mulher, por meio da introdução do pénis na vagina, ainda que de forma parcial, ou seja, com a simples intromissão entre os grandes e os pequenos lábios).

Houve uma óbvia consumação da cópula, até porque nas palavras de Rodriguez Devesa, para a consumação da cópula “basta a coniunctio membrorum, não sendo necessário nem a inmissio seminis, nem que a inmissio penis seja completa (Derecho Penal Español, Madrid, 1980, 8ª Edição, Parte Especial, 169 e 170).
Passaram, em seguida, para o coito anal (introdução do pénis de Amílcar no ânus de Bárbara), e troca consentida de ofensas à integridade física simples (para efeito de consentimento, a integridade física considera-se livremente disponível).

Quando tudo terminou, Bárbara pediu a Amílcar que saísse, pois ainda tinha de trabalhar.
Eram 4 da manhã, e Amílcar dirigiu-se à sua casa, que partilhava com Carlos e com a mulher deste, Daniela.
Entrou, e bateu à porta de Carlos, pois queria contar-lhe as peripécias ocorridas nesse dia. Ouviu, de dentro do quarto, uma voz ensonada, que perguntou:
- Carlos, és tu? Pensava que vinhas mais tarde.
Amílcar, já recuperado da noite de sexo com Bárbara, resolveu aproveitar a oportunidade, e fazendo-se passar por Carlos, respondeu:
- Sim, querida, sou eu.
Como estava escuro, Daniela não reparou em nada, e, durante uma hora, praticaram uma série de actos sexuais de relevo, tendo Amílcar praticado o crime de fraude sexual, pois aproveitou-se fraudulentamente de erro sobre a sua identidade pessoal.
Houve fraude, uma vez que existiu uma maliciosa provocação ou aproveitamento do erro ou engano de outrem, para consecução de um fim ilícito.

Epílogo desta história:
Amílcar ainda procurou, de novo, Bárbara, mas depressa desistiu dos seus intentos. Bárbara vivia com Ernesto, que praticava a actividade de lenocínio, pois, profissionalmente, e com intenção lucrativa, fomentava o exercício por outra pessoa de prostituição ou a prática de actos sexuais de relevo.
Amílcar ainda pensou em abordar Bárbara, em plena rua, e chamar-lhe “Puta”.
Mas desistiu dos seus intentos. Afinal, praticara actos sexuais de relevo sem pagar, e não tinha grandes formas de provar que ela se dedicava a essa profissão.
Ainda corria o risco de o Tribunal considerar que estava a imputar factos a outra pessoa, mesmo sob a forma de suspeita, ou a dirigir-lhe palavras, ofensivas da sua honra ou consideração, e de estar, dessa forma, a cometer um crime de injúria, punível com pena de prisão até 3 meses ou com pena de multa até 120 dias.

terça-feira, junho 09, 2009

3 inches wanna see you

alguns day brakes depois levantou-se de garfo na mão
e disse: olha, se quiseres visto os olhos como antes de ter rícinos;
como tinha sido génio e even antes historiador lacei o bom corpo ao terno e falei
com balas na língua: isso eu sei, mas vamos dar uma volta de carro?
- assim, como se traz o senhor, em calda, na palma da mão -
faz xarope e o calor demarcha para so lucky so strike
que me sai um fumar tão grande como o amor que dói, na qualidade
de uma maçã fresca, depois de foder;
era o dia b e tivemos Buenos Aires e Bucareste acesos
como os vincos do chapéu que trazes do lado de fora da estrada
eu chamava-te deixa ficar o chão pelo menos e tu dizias
b, os pés e a cama estão lost and found e o significado da palavra em mim é um
why can’t I have more than one horse?


(poema escrito pela nossa querida e excelentíssima amiga, Guelra Maria de Bourbon)

quarta-feira, junho 03, 2009

Um desafio para todas as mentes Artísticas e Criativas deste Mundo

Muitas pessoas afirmavam, ingenuamente, que a sua vida dava um filme. Esqueciam-se, contudo, de que não existe nenhuma alma interessada em assistir a 90 minutos desse espectáculo, por muito trabalho de Edição que pudesse haver, nem haveria um Produtor que quisesse investir num produto tão inócuo e fastidioso. As pessoas que afirmavam, ingenuamente, que a sua vida dava um filme, lembraram-se dos 15 minutos de fama do Andy Warhol, e passaram, então, a dizer, que a sua vida dava uma Curta-Metragem. Esqueciam-se, todavia, que Andy Warhol proferiu essa afirmação há muitos anos, e que os 15 minutos de fama são, obviamente, exagerados. Para além disso, para que servem as Curtas-Metragens? Para passarem no Onda Curta, e serem vistas por 200 pessoas?
Pensando neste problema, resolvemos criar o seguinte concurso: “A minha vida dava um Trailer”.
Os interessados, que podem ser de todas as idades, e de ambos os sexos, deverão enviar, para a nossa redacção, até ao próximo dia 15 de Julho, um filme, com a duração máxima de noventa segundos, gravado num qualquer meio à sua escolha (pode ser por telemóvel, por exemplo), onde, através de uma voz off, narrem, em poucos segundos, os acontecimentos mais interessantes da sua vida (um dia de trabalho que corra particularmente bem, uma viagem de que gostaram particularmente, uma cena de sexo com o(s) seu(s) parceiros, um drama familiar, uma saída à noite, uma conversa interessante, etc). O trailer deve ser acompanhado de uma banda sonora. De preferência, e se conseguirem arranjar alguma personalidade pública que possa aparecer num dia da vossa vida, coloquem-no, nem que seja para fazer uma cameo appearance. O público gosta sempre de ver caras conhecidas.
Serão seleccionados os 60 melhores trabalhos. Esses trailers farão parte do filme “Os Nossos Trailers Davam Uma Vida”, que será comercializado, posteriormente, em DVD.
Tal como acontece com os leitores de MP3, que nos pouparam da tarefa inútil de termos de ouvir o álbum de um artista, na sua totalidade, este filme permite-nos apreender e condensar os aspectos a reter da vida da pessoa, em 90 segundos. Sabemos que um minuto e meio é excessivo, e que 30 segundos bastariam, mas para isso é que servem os desafios. Cada DVD comercializado terá os trailers dispostos por uma ordem diferente, para dar a ideia de Shuffle.
O DVD não terá opções especiais. Apenas um trailer do filme, que terá a duração de um minuto e meio, e que narrará, em poucos segundos, os acontecimentos mais importantes do filme, que é, como dissemos atrás, composto pelos 60 trailers seleccionados.
Artistas de todo o mundo, AKA, toda a população do Planeta Terra, concorram, sejam criativos, e mostrem que a vossa vida vale a pena!