Breve nota sobre a pataética
Pathos: palavra grega comummente reconhecível, mas de tradução difícil. O pathos não é sofrimento, pelo menos não em sentido comum – πάσχειν é traduzível por “sofrer”, no sentido de “sofrer ou sentir qualquer coisa”, isto é, de “estar predisposto para sentir”. Será talvez uma certa inquietude fundamental, pelo que o “pateta” será, por conseguinte, o inquieto – o sofredor, num sentido de comunhão ontológica. Não um corpo sofredor de inquietude, mas um corpo constituído, produzido por essa mesma inquietude. A inquietude não é uma propriedade ou um atributo do pateta: o pateta é a inquietude e simultaneamente é produzido por ela – a inquietude é o pateta enquanto corpo-patético, que é também corpo-proteico, sem outra forma que a da deformação inquietante – o puro pulsionar da inquietude que o anima, que é o seu sopro vital, a sua vitalidade, a sua vida. O corpo patético é a inscrição presente e proteica (porque contaminada pela não-presença do seu devir pulsional) da inquietude, ou seja, do pathos.
3 Comments:
Aiiii,é muita "patetice"!
O Pateta era amigo do Donald, não era?
É só inquietação, inquietação, inquietação!!!
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