quinta-feira, março 29, 2007

Fragmentos de um chá no deserto-1

Homem-Gargalhada: Caro Algazel, não sabia que também conhecia a fronteira Paris-China. O meu amigo não é um místico árabe? O que fazem os místicos árabes para esses lados?

Algazel: Costumo fazer curas de sono na Pérsia em casa de uns amigos, os Hashashin, e à vinda paro sempre na fonteira Paris-China para comer um croissant com um cházinho manchuriano.

H.G.: Não me diga! Os Hashashin são meus companheiros de armas, os meus aliados mais fiéis em terras persas! Grandes guerreiros, digo-lhe. E o chefe deles? Ó saudoso, Hasan al-Sabbah… Sem eles eu nunca teria derrotado o famoso monstro Tefur do Cáucaso, um combate que já durava desde que os Indo-europeus, aterrorizados, foram forçados a emigrar.

A: Foi você que matou o monstro Tefur? Aquele que “foi urdido pela aliança intravenosa da malignidade em estado puro e a aparência fugaz de um girassol de Inverno ao luar”? Aquele terrível monstro que desde tempos imemoriais eliminava sem pudor nem arrependimento todo e qualquer orgulho humano que almejasse a escalada irreversível? Ó, o horror…

H.G.: Esse mesmo, meu caro, esse mesmo… Pelo que vejo, teremos muito para conversar…

A.: Com todo o gosto.

(traduzido do original, "A famous tea in the desert sands: the history of a meeting at Casablanca", por Avelino Gusmão Teles)

1 Comments:

Blogger Maria Ostra said...

Ora que engraçado...
Mas eu prefiro uma laranjada e um brioche com manteiga...

3/30/2007  

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