A nova música de intervenção portuguesa

Há cerca de um ano, mais precisamente, no dia 5 de Fevereiro de 2007, o Ângulo noticiou que o rapper Sam, the Kid, tinha ganho o prémio "Galo de Barcelos Dourado", por causa do seu tema "Poetas de Karaoke". Recorde-se que nesse tema, o puto Sam dizia que "eu faço poesia, a maioria, faz versos". Dizia ainda para pormos a gramática em prática e para fazer poéticas com estética.
No fundo, os que não cantavam em português eram todos idênticos, mendigos vendidos por cêntimos.
Sam e quem canta em português fazem "culturismo de expressões que todos sentem" e são "mais poetas que todos vocês", isto é, o pessoal que não canta em português, porque se quer vender.

Passado um ano, surge mais um hino de poesia hip hop tuga, o "baza correr com o Paulo Bento", de Valete.
Valete vai mais longe, neste hino de protesto contra o treinador do Sporting (e não é o hip-hop a nova música de intervenção)?
Valete faz uma mistura de várias línguas, ao rimar o nome de alguns jogadores estrangeiros, com palavras portuguesas. Um exemplo: o lateral esquerdo Ronny não consegue correr como um pónei(pony). E ainda conseguem rimar pony com o nome de um antigo treinador romeno, o Boloni. E o que dizer de Djaló, o princípe dos reinos remotos africanos? Ora, o pobre Djaló só consegue comer pó.
Há ainda outros momentos de rara beleza poética, como o facto de os Pereirinhas (outro jogador) só terem lugar nas equipas das Fontaínhas...
Enfim, um belo poema. Parabéns, man!
Espera-se a resposta da brigada do rock cantado em inglês. Diz-se que o Legendary Tiger Man vai fazer uma versão. Ficam umas sugestões: "I can´t stand Paulo Bento, now give me a Mento. Farnerud, you're no good. Djaló, I wanna kill you with a chainsaw". Yeah!