domingo, fevereiro 17, 2008

Moby Dick

tenho ainda os pés molhados no dia de ontem
mas não deixo as águas procurarem no mapa hidrológico
os riachos que desembocam no teu copo de leite mimosa.
Bebi já três vezes o Tejo
sem com isso aprender a nadar na tua bacia.
"Falta de coordenação sensório-motriz" – riam-se as focas.
Não, não me encontrarão escondida nos contentores
que cruzam num sorriso o transatlântico da tua felicidade.
Esperarei apenas que me venhas a contar uma história
outra
com horizontes próximos,
tão próximos que poderei entrar nas tuas palavras
como um arpão no ritmo sistólico duma baleia;
uma história com horizontes distantes,
tão distantes
que o meu verbo não se avistará,
como uma vírgula que deixamos passar distraídos,
como um ponto que em vez de acabar, se torna continuo, suspensivo,
intensivo...
como a mão que agora te toca
a boca.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Amanhã... traz-me outro navio.

2/17/2008  
Anonymous Anónimo said...

Há que evitar confusões, you know...

2/17/2008  
Anonymous Anónimo said...

qual confusão?... devias ver o meu novo arpão...:-)

2/17/2008  
Anonymous Anónimo said...

a safo está feliz!

2/17/2008  
Anonymous Anónimo said...

dizem que uma boa parte de nós É mimosa. o resto são limos de memórias hidráulicas.

2/17/2008  
Anonymous Anónimo said...

"entrar como um arpão no ritmo sistólico de uma baleia"???!!! - Ui, que meduuu!

2/17/2008  
Anonymous Anónimo said...

"o trasatlÂntico da tua felicidade" será, porventura, o Barco-Do-Amor, hum?

2/17/2008  

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