terça-feira, maio 13, 2008

Anedotas de minuto e meio para crianças de palmo e meio

Era uma vez um Sominur. Costumava ir contra as coisas. De manhã levantava-se e ia contra o espelho do guarda-vestidos. Depois ia contra a porta do quarto, saía do quarto e ia contra a porta da casa de banho, depois saía da casa de banho e ia contra a porta da cozinha, depois saía da cozinha e ia contra a porta de entrada. Descia as escadas e no átrio ia contra os vasos decoradores que a dona Encéfala aí colocava para dar um ar mais enternecedor ao prédio. Depois ia contra a paragem do autocarro, depois contra os passageiros do autocarro, depois contra o segurança do banco onde trabalhava, depois contra as secretárias, as cadeiras, os móveis, em suma, todas as coisas materiais que constavam do inventário da sua agência bancária. Só contra o rosto da menina Salária é que nunca conseguiu ir. Depois, ao fim do dia saía, ia contra o segurança, contra o a paragem do autocarro, contra os passageiros, contra a porta do prédio, contra os vasos decoradores, contra a porta de casa, contra a porta da cozinha, contra a porta da casa de banho, contra a porta do quarto. Chegado ao quarto, pairava sobre a cama. Um dia, deixou de respirar. O médico que o autopsiou escreveu no relatório da autópsia que o problema sempre foi a falta de...

1 Comments:

Blogger Maria Ostra said...

GPS!
;P

5/13/2008  

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