sexta-feira, julho 14, 2006

Summertime

O ar pegajoso. Há que não tocar em nada porque todo o objecto, na sua dilatação, se tornou cortante. Os livros são a excepção: tornam-se moles, esponjosos, nada que ver com o papel submetido ao vento seco e à luz ocre do deserto. Aqui o ar é pegajoso e a luz é branca‑cinza. O eu é o espaço confinado pela pressão deste fluido que afoga – a atmosfera como uma sopa colossal e fermentada. Lá fora só se passeiam as miragens e os besouros. Algures ainda haverá vida que não a das moscas que bóiam em redor do foco e da liquefacção da folha de papel.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Neste lugar de brasas não há tempo nem espaço. Os seus habitantes espectrais penam, calados, os seus suplicios. Estão mais mortos que vivos e não têm - sequer - onde cair mortos...

7/14/2006  
Anonymous Anónimo said...

Vejo que não tem (tempo nem espaço) onde cair vivo.

7/15/2006  
Anonymous Anónimo said...

Não deve ver grande coisa, então.

7/15/2006  
Anonymous Anónimo said...

Isso é tudo vontade de "dar 1 maozinha", caro anónimo? ;)

7/15/2006  
Anonymous Anónimo said...

Caro canicula, não me diga que ficou melindrado? Fique sabendo que não tive espaço nem tempo para qualquer maldade. O Pandemónio sempre me pareceu um lugar divertido.
Caro stay sick, uma piscadela de olho para si também!

7/16/2006  
Anonymous Anónimo said...

Vamos até Pandemónio de mãos dadas?

7/16/2006  
Anonymous Anónimo said...

Bora!

7/16/2006  
Anonymous Anónimo said...

Já que estamos em Pandemónio, ao menos que haja livros! Suponho que concorda comigo, Sr. Algazel...
Por falar em livros, já conhece o novo portal da literatura? Fica em www.portal-daliteratura.com.
Vá lá espreitar e comente.
Abraços.

7/17/2006  
Anonymous Anónimo said...

"Strawberries, cherries and an angel´s kiss in spring/
My summer wine is really made from all these things/
Take off those silver spurs and help me pass the time/
And i will give you summer wine/..."

E que haja música, também!

7/22/2006  

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