Summertime
O ar pegajoso. Há que não tocar em nada porque todo o objecto, na sua dilatação, se tornou cortante. Os livros são a excepção: tornam-se moles, esponjosos, nada que ver com o papel submetido ao vento seco e à luz ocre do deserto. Aqui o ar é pegajoso e a luz é branca‑cinza. O eu é o espaço confinado pela pressão deste fluido que afoga – a atmosfera como uma sopa colossal e fermentada. Lá fora só se passeiam as miragens e os besouros. Algures ainda haverá vida que não a das moscas que bóiam em redor do foco e da liquefacção da folha de papel.
9 Comments:
Neste lugar de brasas não há tempo nem espaço. Os seus habitantes espectrais penam, calados, os seus suplicios. Estão mais mortos que vivos e não têm - sequer - onde cair mortos...
Vejo que não tem (tempo nem espaço) onde cair vivo.
Não deve ver grande coisa, então.
Isso é tudo vontade de "dar 1 maozinha", caro anónimo? ;)
Caro canicula, não me diga que ficou melindrado? Fique sabendo que não tive espaço nem tempo para qualquer maldade. O Pandemónio sempre me pareceu um lugar divertido.
Caro stay sick, uma piscadela de olho para si também!
Vamos até Pandemónio de mãos dadas?
Bora!
Já que estamos em Pandemónio, ao menos que haja livros! Suponho que concorda comigo, Sr. Algazel...
Por falar em livros, já conhece o novo portal da literatura? Fica em www.portal-daliteratura.com.
Vá lá espreitar e comente.
Abraços.
"Strawberries, cherries and an angel´s kiss in spring/
My summer wine is really made from all these things/
Take off those silver spurs and help me pass the time/
And i will give you summer wine/..."
E que haja música, também!
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