O Pinguim Sombrio
A Luisinha anda sempre atarefada, corre esbaforida, e fica cansada, está sempre triste, transtornada, pobre rapariga, alma penada.
Compra todos os jornais e editoriais, que tenham fotografias de artistas mortos prematuramente.
Ela só gosta de um homem, que tenha morrido jovem ou de repente, com um cadáver belo e sorridente, e que fique bem nas capas das revistas.
Tem o seu quarto carregado com centenas de posters e postais ilustrados, com as caras e os retratos dos seus artistas velados.
Na parede do lado esquerdo é o Kurt Cobain, a Marilyn Monroe, o Hart Crane e o Edgar Allan Poe.
Mais adiante, em tamanho gigante, uma foto do Jeff Buckley, que morreu afogado.
Em baixo, o Elliot Smith, que foi esfaqueado, o John Lennon, baleado, o Belushi, que se passou com uma overdose, e o Phil Lynott, que sucumbiu à cirrose.
Na outra parede temos os Ramones e o Brian Jones;
o Marvin Gaye, que o pai sacrificou com uma espingarda;
e o António Variações, a quem de nada valeu o anjo da guarda.
Junto ao divã, um exemplar de "A Morte é uma Flor", do Paul Celan.
No leitor de Cd's, o Ian Curtis, que morreu enforcado, e o Robert Johnson, que foi envenenado.
Tem um blog com fotografias e um livejournal de poesia, do Daniel Faria, Miguel Rovisco e Antero de Quental.
A estes passatempos, tomou-lhes o gosto. Talvez por isso se tenha esquecido do meu aniversário, por estar entretida a ler o obituário de mais um ídolo decomposto.
Compra todos os jornais e editoriais, que tenham fotografias de artistas mortos prematuramente.
Ela só gosta de um homem, que tenha morrido jovem ou de repente, com um cadáver belo e sorridente, e que fique bem nas capas das revistas.
Tem o seu quarto carregado com centenas de posters e postais ilustrados, com as caras e os retratos dos seus artistas velados.
Na parede do lado esquerdo é o Kurt Cobain, a Marilyn Monroe, o Hart Crane e o Edgar Allan Poe.
Mais adiante, em tamanho gigante, uma foto do Jeff Buckley, que morreu afogado.
Em baixo, o Elliot Smith, que foi esfaqueado, o John Lennon, baleado, o Belushi, que se passou com uma overdose, e o Phil Lynott, que sucumbiu à cirrose.
Na outra parede temos os Ramones e o Brian Jones;
o Marvin Gaye, que o pai sacrificou com uma espingarda;
e o António Variações, a quem de nada valeu o anjo da guarda.
Junto ao divã, um exemplar de "A Morte é uma Flor", do Paul Celan.
No leitor de Cd's, o Ian Curtis, que morreu enforcado, e o Robert Johnson, que foi envenenado.
Tem um blog com fotografias e um livejournal de poesia, do Daniel Faria, Miguel Rovisco e Antero de Quental.
A estes passatempos, tomou-lhes o gosto. Talvez por isso se tenha esquecido do meu aniversário, por estar entretida a ler o obituário de mais um ídolo decomposto.
4 Comments:
´tadinha e `tadinho...
É TUDO uma grande pena! Mas o texto está bem apanhado! ;)
Ahahahah... :)
Com toda a delicadeza esganou a hiena, e, depois de embalsamada a preceito, atirou-a para um jazigo familiar que comprara no dia de véspera. A ela juntou-lhe os ossos que coleccionava. Tapou bem a cova com terra e ficou, satisfeito, a adorar o seu viveiro.
Cara stay sick e cara papillon, alegra-me que tenham gostado. Ainda bem que não recebi nenhum ataque das milhares de "viúvas" do Jeff Buckley!
Cara papillon, também gostei do teu acrescento!
De nada.
O prazer de matar essa personagem horrorosa foi meu.
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