O Advogado de Família e o Caso da Dona Arminda
Episódio 12, cena 5- Interior, gabinete do Doutor Luis
Luis está sentado à secretária, a estudar um Decreto Lei, que entrou em vigor na véspera. Tocam à porta.
Luis- entre!
Entra uma Senhora, de cerca de 70 anos, vestida de preto
Luis- como está, Dona Arminda? Sente-se!
Arminda- obrigada, Senhor Doutor!
Luis- então, e Dona Arminda, como vão as coisas?
Arminda- oh, Senhor Doutor....o costume....estou com umas queixas, umas preocupações....
Luis- então, mas de que se trata?
Arminda- olhe, senhor Doutor, o meu vizinho de baixo, aquele rapaz de vinte anos, a quem estou sempre a tocar à porta, a dizer para baixar a música, até porque ele se mete em drogas, eu sei como é que é, tem uma namorada, com uma mãe que tem problemas de cabeça, e com uma avó que.....
Luis- sim, Dona Arminda, mas esse seu vizinho fez-lhe alguma coisa?
Arminda- sim, senhor doutor.....
Luis- então, mas o que é que ele lhe fez?
Arminda- estava ele sentado num banco com a namorada, aquela desavergonhada, a fazerem javardices, quando eu passei com a minha amiga, a Dona Alzira, e eu disse só: “que pouca vergonha”.
Luis- e depois?
Arminda- depois (começa a chorar)....
Luis- vá, acalme-se, conte-me o que se passou....
Arminda- depois, o meu vizinho respondeu-me: “o que é que foi, sua grande vaca gorda? Não tem mais para onde olhar? Está sempre a espiar os outros! Estúpida de merda”!
Luis- foi isso que ele lhe disse?
Arminda (chorando)- sim.....
Luis- e a sua amiga, a Dona Alzira, é testemunha disso tudo?
Arminda- é, senhor Doutor, e não é a primeira vez que ele me faz isso, outro dia chamou-me baleia, à frente do Senhor Mário, da mercearia, por quem eu sinto grande afecto e humilhou-me muito......oh......(recomeça a chorar)
Luis (dando um bocado de papel higiénico a Arminda, com o qual se estivera a assoar momentos antes)- vá, Dona Arminda, não chore, vamos tomar medidas!
Arminda- a sério, Senhor Doutor?
Luis- pois claro! Olhe, vamos fazer aqui uma queixa-crimezita contra esse seu vizinho!
Arminda- isso é que agradecia, Senhor Doutor....
Luis- ora, de nada, o que o senhor vizinho lhe fez foi um crime de injúria, pois dirigiu-lhe palavras ofensivas à sua honra!
Arminda- é verdade, Senhor Doutor....e chamar-me baleia e vaca gorda? A mim? E ele pode ir para a prisão, esse safado?
Luis- provavelmente não, mas daí a uns anos vai pagar uma multa e podemos também pedir-lhe uma indemnização por danos!
Arminda- isso é que sim, para aquele safado drogado, filho de uma maluca, neto de uma puta e namorado de uma cadela com cio desavergonhada aprender o que é bom!
Luis- Dona Arminda, não se preocupe, que eu amanhã vou já tratar da papelada! Passe por cá de manhã e dê-me os seus dados, os da sua amiga e os do seu vizinho.
Arminda- oh, Senhor Doutor, o Senhor é tão bondoso!
Luis- não sou nada, quero só ajudar os outros!
Arminda- Deus lhe pague, Senhor Doutor, já que eu não lhe vou pagar! E que isto seja resolvido o quanto antes! E se quiser voltar a casar, tenho uma sobrinha muito jeitosa, que....
Luis- sim sim, Dona Arminda, depois falamos! Boa tarde!
Dona Arminda sai. Entra a Secretária de Luis, a Menina Matilde.
Menina Matilde- a baleia gorda chateou-o muito?
Luis- oh....o costume, Menina Matilde! Há muita gente na sala de espera?
Menina Matilde- umas 50 pessoas.....
Luis- huum...ok...e hoje só estou eu de serviço, o Doutor Vasques está de férias e a Doutora Pereira da Cunha está de baixa...faça entrar o próximo....e depois mande vir uma Pizza. Hoje não devo chegar a casa a tempo de jantar. Tenho de compensar os meus queridos filhos e os meus amados pai e tio-avô com um almoço no fim de semana e uma ida ao Oceanário....
Menina Matilde- claro, Doutor Luis, eu mando vir a Pizza.....oh....o Senhor é tão bondoso...ainda por cima, com o Estado a pagar-lhe tarde e a más horas...(olhando para Luis, de forma provocadora, e desapertando um botão da sua camisa)...o Senhor Doutor não me quer consultar....também?
Luis- Oh Menina Matilde, eu sou bondoso, mas não sou totó! A menina Matilde ainda me metia depois um processo em cima, por assédio sexual!
Menina Matilde (rindo-se)- oh! O Senhor Doutor é demais!
Luis (rindo-se também e dando uma palmadinha no rabo da sua secretária)- vá! Qual é o próximo cliente?
Menina Matilde- é o Senhor Jacinto, aquele carpinteiro que se farta de roubar os clientes e tem um caso com a mulher do homem do talho!
Luis- Faça-o entrar, Menina Matilde! A justiça não pode esperar!
Luis está sentado à secretária, a estudar um Decreto Lei, que entrou em vigor na véspera. Tocam à porta.
Luis- entre!
Entra uma Senhora, de cerca de 70 anos, vestida de preto
Luis- como está, Dona Arminda? Sente-se!
Arminda- obrigada, Senhor Doutor!
Luis- então, e Dona Arminda, como vão as coisas?
Arminda- oh, Senhor Doutor....o costume....estou com umas queixas, umas preocupações....
Luis- então, mas de que se trata?
Arminda- olhe, senhor Doutor, o meu vizinho de baixo, aquele rapaz de vinte anos, a quem estou sempre a tocar à porta, a dizer para baixar a música, até porque ele se mete em drogas, eu sei como é que é, tem uma namorada, com uma mãe que tem problemas de cabeça, e com uma avó que.....
Luis- sim, Dona Arminda, mas esse seu vizinho fez-lhe alguma coisa?
Arminda- sim, senhor doutor.....
Luis- então, mas o que é que ele lhe fez?
Arminda- estava ele sentado num banco com a namorada, aquela desavergonhada, a fazerem javardices, quando eu passei com a minha amiga, a Dona Alzira, e eu disse só: “que pouca vergonha”.
Luis- e depois?
Arminda- depois (começa a chorar)....
Luis- vá, acalme-se, conte-me o que se passou....
Arminda- depois, o meu vizinho respondeu-me: “o que é que foi, sua grande vaca gorda? Não tem mais para onde olhar? Está sempre a espiar os outros! Estúpida de merda”!
Luis- foi isso que ele lhe disse?
Arminda (chorando)- sim.....
Luis- e a sua amiga, a Dona Alzira, é testemunha disso tudo?
Arminda- é, senhor Doutor, e não é a primeira vez que ele me faz isso, outro dia chamou-me baleia, à frente do Senhor Mário, da mercearia, por quem eu sinto grande afecto e humilhou-me muito......oh......(recomeça a chorar)
Luis (dando um bocado de papel higiénico a Arminda, com o qual se estivera a assoar momentos antes)- vá, Dona Arminda, não chore, vamos tomar medidas!
Arminda- a sério, Senhor Doutor?
Luis- pois claro! Olhe, vamos fazer aqui uma queixa-crimezita contra esse seu vizinho!
Arminda- isso é que agradecia, Senhor Doutor....
Luis- ora, de nada, o que o senhor vizinho lhe fez foi um crime de injúria, pois dirigiu-lhe palavras ofensivas à sua honra!
Arminda- é verdade, Senhor Doutor....e chamar-me baleia e vaca gorda? A mim? E ele pode ir para a prisão, esse safado?
Luis- provavelmente não, mas daí a uns anos vai pagar uma multa e podemos também pedir-lhe uma indemnização por danos!
Arminda- isso é que sim, para aquele safado drogado, filho de uma maluca, neto de uma puta e namorado de uma cadela com cio desavergonhada aprender o que é bom!
Luis- Dona Arminda, não se preocupe, que eu amanhã vou já tratar da papelada! Passe por cá de manhã e dê-me os seus dados, os da sua amiga e os do seu vizinho.
Arminda- oh, Senhor Doutor, o Senhor é tão bondoso!
Luis- não sou nada, quero só ajudar os outros!
Arminda- Deus lhe pague, Senhor Doutor, já que eu não lhe vou pagar! E que isto seja resolvido o quanto antes! E se quiser voltar a casar, tenho uma sobrinha muito jeitosa, que....
Luis- sim sim, Dona Arminda, depois falamos! Boa tarde!
Dona Arminda sai. Entra a Secretária de Luis, a Menina Matilde.
Menina Matilde- a baleia gorda chateou-o muito?
Luis- oh....o costume, Menina Matilde! Há muita gente na sala de espera?
Menina Matilde- umas 50 pessoas.....
Luis- huum...ok...e hoje só estou eu de serviço, o Doutor Vasques está de férias e a Doutora Pereira da Cunha está de baixa...faça entrar o próximo....e depois mande vir uma Pizza. Hoje não devo chegar a casa a tempo de jantar. Tenho de compensar os meus queridos filhos e os meus amados pai e tio-avô com um almoço no fim de semana e uma ida ao Oceanário....
Menina Matilde- claro, Doutor Luis, eu mando vir a Pizza.....oh....o Senhor é tão bondoso...ainda por cima, com o Estado a pagar-lhe tarde e a más horas...(olhando para Luis, de forma provocadora, e desapertando um botão da sua camisa)...o Senhor Doutor não me quer consultar....também?
Luis- Oh Menina Matilde, eu sou bondoso, mas não sou totó! A menina Matilde ainda me metia depois um processo em cima, por assédio sexual!
Menina Matilde (rindo-se)- oh! O Senhor Doutor é demais!
Luis (rindo-se também e dando uma palmadinha no rabo da sua secretária)- vá! Qual é o próximo cliente?
Menina Matilde- é o Senhor Jacinto, aquele carpinteiro que se farta de roubar os clientes e tem um caso com a mulher do homem do talho!
Luis- Faça-o entrar, Menina Matilde! A justiça não pode esperar!
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