Os demónios de Lugones
Escrevo, apressadamente, estas palavras, num estado de espírito bastante particular. Quando acabarem de ler este post, tenho plena consciência de que a minha presente situação não deixará de provocar, no leitor, dúvidas bastante fundamentadas quanto à autenticidade da minha narrativa.
Chamo-me L. Lugones e escrevo, desde há dois anos e meio, para este blog, o Ângulo Saxofónico. Nos meus tempos áureos divertia-me a publicar textos de outros escritores sul-americanos, a fazer entremezes e poemas sobre advogados, ou a publicar listas de músicos com bigodes farfalhudos.
Até que surgiram os Morângulos Com Açúcar, após uma bela ideia do meu caro colega Algazel.
Fizemos vários textos e guiões para essa série, e os nossos alter-egos ganharam força e vida própria, dentro deste blog. O problema (oh, e a nossa desgraça!) é que os alter-egos tomaram conta, paulatina e inexoravelmente, das nossas personalidades. As mudanças foram surgindo, subtilmente. De noite, antes de me deitar, já não lia uma Antologia de Realismo Visceral, e passava a folhear, distraidamente, revistas de surf. Coloquei de lado a minha caixa de DVD’s do Kieslowski e arranjei a Deluxe Edition do Baywatch. As minhas deambulações nocturnas mudaram de local. Deixei de frequentar os Loucos e Sonhadores e a Fábrica do Braço de Prata e passei a ser visto nos Bares das praias da Linha do Estoril, ou em São João da Caparica.
E larguei a escrita, obviamente. Troquei-a, levianamente, por uma prancha de surf e respectivo equipamento, tendo, para isso, vendido grande parte dos meus livros a um alfarrabista na Rua S.......
Fico na praia ou no Bar Galhada todo o dia, a beber minis. E os meus sonhos são povoados por mares revoltos (acordo sempre, a suar, antes de enfrentar a sétima onda.....).
Mudei a minha forma de falar. Chamo toda a gente de “puto”, estou rodeado de “cenas maradas” e “mando gandas pausas”. Só me restam uns minutos de lucidez, que vão diminuindo a cada dia que passa. Reuni as últimas forças que me restavam para escrever para este blog, e saiu-me este texto. Estou a tornar o Ângulo num blog comum. Ou seja, num diário.
Os meus colegas de blog não estão melhores. O Boécio só se diverte a cantar, pensando que faz parte dos BAL’Z. E o Algazel já não quer ir para o deserto, pois lá não há ondas nem minis nem babes.
E a Safo? Esperem.....agora que penso nisso, acho que ela resistiu à invasão da Safinha....e se eu?
Sim, é isso! Vou tentar tomar a personalidade da Safo, e passar a escrever, protegido, pelo seu nome....talvez o Low não descubra....é a minha última oportunidade....
Mas.....oh não.....oiço passos....é o Low que se aproxima.....a porta está bem trancada!
Oh não! A janela! A janela! Cena maradaaaaa................
Chamo-me L. Lugones e escrevo, desde há dois anos e meio, para este blog, o Ângulo Saxofónico. Nos meus tempos áureos divertia-me a publicar textos de outros escritores sul-americanos, a fazer entremezes e poemas sobre advogados, ou a publicar listas de músicos com bigodes farfalhudos.
Até que surgiram os Morângulos Com Açúcar, após uma bela ideia do meu caro colega Algazel.
Fizemos vários textos e guiões para essa série, e os nossos alter-egos ganharam força e vida própria, dentro deste blog. O problema (oh, e a nossa desgraça!) é que os alter-egos tomaram conta, paulatina e inexoravelmente, das nossas personalidades. As mudanças foram surgindo, subtilmente. De noite, antes de me deitar, já não lia uma Antologia de Realismo Visceral, e passava a folhear, distraidamente, revistas de surf. Coloquei de lado a minha caixa de DVD’s do Kieslowski e arranjei a Deluxe Edition do Baywatch. As minhas deambulações nocturnas mudaram de local. Deixei de frequentar os Loucos e Sonhadores e a Fábrica do Braço de Prata e passei a ser visto nos Bares das praias da Linha do Estoril, ou em São João da Caparica.
E larguei a escrita, obviamente. Troquei-a, levianamente, por uma prancha de surf e respectivo equipamento, tendo, para isso, vendido grande parte dos meus livros a um alfarrabista na Rua S.......
Fico na praia ou no Bar Galhada todo o dia, a beber minis. E os meus sonhos são povoados por mares revoltos (acordo sempre, a suar, antes de enfrentar a sétima onda.....).
Mudei a minha forma de falar. Chamo toda a gente de “puto”, estou rodeado de “cenas maradas” e “mando gandas pausas”. Só me restam uns minutos de lucidez, que vão diminuindo a cada dia que passa. Reuni as últimas forças que me restavam para escrever para este blog, e saiu-me este texto. Estou a tornar o Ângulo num blog comum. Ou seja, num diário.
Os meus colegas de blog não estão melhores. O Boécio só se diverte a cantar, pensando que faz parte dos BAL’Z. E o Algazel já não quer ir para o deserto, pois lá não há ondas nem minis nem babes.
E a Safo? Esperem.....agora que penso nisso, acho que ela resistiu à invasão da Safinha....e se eu?
Sim, é isso! Vou tentar tomar a personalidade da Safo, e passar a escrever, protegido, pelo seu nome....talvez o Low não descubra....é a minha última oportunidade....
Mas.....oh não.....oiço passos....é o Low que se aproxima.....a porta está bem trancada!
Oh não! A janela! A janela! Cena maradaaaaa................
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