Quero ser Italiano
Gostava de ser italiano,
E de saber tocar piano,
todas as notas, de toda a escala,
E ser aplaudido, de pé, numa sala,
ou num qualquer bar onde pudesse tocar.
Depois, para o encanto ser total,
Acho que não ficaria nada mal
Pôr-me a dançar,
Com toda a gente no meio da pista.
Escolhia uma miúda,
E apanhava uma bebedeira,
Dormiria com ela a noite inteira,
E sem nenhum compromisso à vista
(como com qualquer bom artista),
Estaria no dia seguinte noutras cidades,
A fazer espectáculos de variedades,
Ou a filosofar à beira-mar,
Para tentar engatar
Outra miúda para acrescentar à lista.
Dir-lhe-ia uma graçola,
E cantar-lhe-ia uma melodia ao som da pianola.
No fim da noite, com um gemido,
Sussurrar-lhe-ia ao ouvido,
Num jeito banal,
Para o encanto ser total,
Dir-lhe-ia, ao cair do pano:
“sabes querida, que eu sou italiano”?
E de saber tocar piano,
todas as notas, de toda a escala,
E ser aplaudido, de pé, numa sala,
ou num qualquer bar onde pudesse tocar.
Depois, para o encanto ser total,
Acho que não ficaria nada mal
Pôr-me a dançar,
Com toda a gente no meio da pista.
Escolhia uma miúda,
E apanhava uma bebedeira,
Dormiria com ela a noite inteira,
E sem nenhum compromisso à vista
(como com qualquer bom artista),
Estaria no dia seguinte noutras cidades,
A fazer espectáculos de variedades,
Ou a filosofar à beira-mar,
Para tentar engatar
Outra miúda para acrescentar à lista.
Dir-lhe-ia uma graçola,
E cantar-lhe-ia uma melodia ao som da pianola.
No fim da noite, com um gemido,
Sussurrar-lhe-ia ao ouvido,
Num jeito banal,
Para o encanto ser total,
Dir-lhe-ia, ao cair do pano:
“sabes querida, que eu sou italiano”?
7 Comments:
Ahah!
Lasciatemi cantare! Con la chitarra in mano...
http://www.youtube.com/watch?v=c2mV78epVJU
Gostava de ser escritor
Gostava de ser escritor,
Vate dotado ou cantor,
Ganhar os meus trocados
Nos meus dias malogrados.
De fino estalão racional
Ou de frase pronta, brutal,
Que mesmo em homens excepcionais,
Se escondem instintos animais;
Sacerdote incontestado
Mas complacente, educado,
Pois para uma vida banal
A cortesia é o ideal,
Nesta mundo tão brutal
Muitas vezes irreal,
Ficção e amizade,
Confundem-se com facilidade.
Não existe intimidade
E tão pouco a verdade,
Até os instintos mais perversos
São vitoriosos nos meus versos.
Mas não se deixem enganar
(Quem o pode duvidar?)
Neste mundo tão sisudo
Pela ironia vale tudo!
O vídeo que a cara Else teve a amabilidade de partilhar mostra o típico italiano cantor- cabelo comprido atrás e ar másculo.
Curiosamente,tenho uma guitarra parecida com a deste senhor. Vou tentar aprender os acordes da música. Talvez não seja preciso saber tocar piano, afinal.
Tivemos, de novo, a ocasião e o privilégio de assistirmos a mais uma manifestação da bela verve poética do caro aristotélico.
Os nossos cumprimentos e agradecimentos
Ora pois! Há sempre quem caia numa destas... :P
Nem de pianola precisa, Lugones!
:D
Bj
Ahah! É impressão minha ou há por aqui alguma rivalidade entre trovadores? Têm de organizar uma desgarrada!
É Lugones, os italianos ou parecem bimbos ou parecem gays, mas, estranhamente, resiste um "je ne sais quoi" charmant.
Minha cara Papillon,
Como acho que é de bom-tom
Responder à sua intimação,
Irei tentar safar-me com brio
Ao seu desafio
Escrevendo esta pequena canção.
Mandarei apenas uma citação
Ao meu caro Aristotélico,
Pois nunca pretendi responder-lhe em tom bélico
E admiro a sua poesia do fundo do coração.
Aqui vai esta canção, à desgarrada
Como resposta ao desafio da nossa leitora amada.
Que bravo, o Lugones!
Se não há picardia,
ignore a indiscrição;
que mal eu faria,
ao lançar confusão!
(Papillon-Colombina despede-se dizendo adeus e sai de cena)
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