sábado, julho 04, 2009

As Camisolas Dos Meus Colegas

Quando saiu a Ana Rita, em inícios de Fevereiro, houve uma semana, ou duas, de incerteza expectante. A Ana Rita trabalhava na Empresa há dois anos e meio, chegou a ser uma funcionária bastante promissora, e recebeu uma menção honrosa no Anuário Societário, logo no ano em que entrou. Todavia, nos últimos meses, o seu trabalho entrou em declínio. Teve uma separação traumática, e pareceu perder motivação quando não foi promovida a um lugar de chefia no seu Sector, quando o António Macedo saiu, ao ter sido convidado para um lugar de Director Adjunto numa Sociedade concorrente.

Por isso, foi sem grandes surpresas que soubemos, depois de ela ter ido duas semanas de férias para umas ilhas no Pacífico, que não iria voltar, ao ter acertado a sua rescisão amigável com os Altos Quadros da Empresa.

O nosso chefe apenas nos comunicou que a Ana Rita não voltaria, e que entraria outra pessoa para o seu lugar, depois de serem feitas as necessárias entrevistas, para descobrir o perfil certo e a pessoa mais qualificada a ocupar o lugar deixado vago por si.

Surgiram rumores acerca de uma contratação milionária a uma alta personalidade de uma Empresa rival, mas estes revelaram-se carecidos de fundamento, passado poucas horas.
As entrevistas estavam rodeadas de secretismo, e nunca vimos nenhum dos candidatos. Faziam-se apostas sobre o sexo, ou a idade do novo membro da nossa equipa.
As mulheres prefeririam um homem, pois cerca de 65 por cento dos funcionários eram do sexo feminino.

Foi, por isso, com alguma alegria que foi anunciado o novo Colega, numa tarde de finais de Fevereiro. Tratava-se de um indivíduo chamado Trajano Fonseca e Cunha, e o nosso Director Geral fez questão de dizer que se tratava de um incansável trabalhador, com um Currículo invejável, e que vestiria a camisola da Sociedade com grande seriedade, profissionalismo, e espírito de equipa, de luta e de sacrifício. O Director Geral comunicou que o novo funcionário começaria a trabalhar na Segunda-Feira seguinte, e que ficaria no lugar anteriormente ocupado pela Ana Rita.

Nessa Segunda Feira, chegámos quase todos um pouco mais cedo, talvez curiosos com a vinda do nosso novo colega.
Por volta das nove da manhã, apareceu o Director Geral, acompanhado de todos os outros Directores, e anunciou que nos ia apresentar a nova contratação da Empresa.
Estávamos todos sentados nos nossos lugares, no Open Space, quando surgiu o anúncio:
“Caros Funcionários, o Currículo do vosso novo colega é irrepreensível, e ele vem com grande vontade de dinamizar esta Sociedade. Espero que o ajudem na sua tarefa, tal como ele vos ajudará, certamente, e que possam vestir convenientemente a camisola da Empresa, sem que esta vos esteja muito larga. Sem mais delongas, apresento-vos o Trajano Fonseca e Cunha”!

Começámos a olhar para todos os lados, em busca de uma cara nova. Mas não apareceu ninguém. Achámos que estava escondido, dentro de algum armário, e que saltaria ao ouvir a palavra de ordem, mas tal não aconteceu. De resto, essa conduta não se coadunaria com a postura dos Directores, que eram um pouco austeros e conservadores.

Olhámos, de novo, surpreendidos, para o nosso Director-Geral, quando reparámos que ele apontava o dedo para um local específico- a secretária anteriormente ocupada pela Ana Rita. Seguimos a direcção do seu dedo, e vimos uma cadeira e uma mesa vazias, mas com o candeeiro ligado, e vários processos em cima da mesa.

O Director-Geral prosseguiu: “bem, agora que já fizemos as apresentações, espero que elucidem o vosso novo colega sobre as suas funções. Como vêem, ele já tem alguns processos em mãos. O seu email é
trajano-fonseca@gmail.com. Auxiliem-no, no que for necessário, para que ele se ambiente, e faça bem o seu trabalho, mandem-lhe coisas para o mail, caso seja necessário. Porque, já sabem: o bem-estar de cada um de vós equivale ao bem-estar da Sociedade. Até logo”.

Com estas palavras, todos os Directores se afastaram em direcção ao seu gabinete. Quanto, a nós, os restantes Funcionários, os chamados “Subalternos” na hierarquia da Empresa, mantivemo-nos calados, a olhar para a mesa do dito Trajano. Pensámos, ao princípio, que se tratava de alguma piada, e que o novo Funcionário chegaria daí a pouco. Mas tal não aconteceu, durante o resto de toda a manhã. Até nos esquecemos da habitual pausa para o café, que ocorria, religiosamente, às 10.30 da manhã, e na qual aproveitávamos para nos deslocar à Copa, para nos descontrair um pouco, estar na galhofa, e fumar um cigarro.

Embrenhámo-nos no trabalho, durante várias horas, e só tirámos os olhos dos computadores, para olhar, de vez em quando, para a mesa do Trajano, que se mantinha inalterável.
Saímos para o almoço, a Luísa olhou, directamente para o local onde estaria o Trajano, e perguntou, com uma voz pouco convincente: “queres almoçar connosco?”

Ao não obter resposta, reparei que sentiu um pequeno alívio, e seguimos todos para o restaurante. Mas não falámos da grande questão, e comentámos apenas trivialidades, os nossos pequenos fait-divers, e dramas domésticos, ou a situação política no país. Nenhum de nós o disse, mas penso, agora, que já durante esse dia, sentíamos, talvez, por mais absurdo que isto possa parecer, que o Trajano poderia estar ao pé de nós, a ouvir a nossa conversa, e talvez a transmiti-la a todos os Directores, antes que regressássemos do almoço.

O almoço demorou menos tempo do que o costume, voltámos, rapidamente, para os postos de trabalho. Olhámos, obviamente, para a secretária em causa, em busca de novidades, mas continuava tudo na mesma. A cadeira e a mesa, vazias, o candeeiro ligado, e o monte de processos, tal como tinha sido deixado horas antes.

Tomámos, rapidamente, uma decisão. Eu fiquei com o processo Antunes Fernandes, cujo prazo terminava passados poucos dias. O Martins ficou com mais outro processo, a Marta com um terceiro processo, e os outros foram divididos pelos restantes funcionários, já não me lembro bem por quais. Tínhamos de ajudar o Trajano, na sua integração, para o bem da Empresa, que era, afinal, o bem de cada um de nós.

Eu encarreguei-me de lhe mandar um mail, onde falava de todos os procedimentos que achava mais necessários à sua função. Essa tarefa ocupou-me algumas horas, e deixei algum trabalho atrasado. Como tal, só pude sair às dez da noite. Quando saí, o candeeiro do Trajano mantinha-se ligado, desejei-lhe boa noite, e vim-me embora para casa.

No dia seguinte, quando apareci, bastante cedo, por volta das 8 da manhã (ainda deixara alguns processos em atraso), reparei que o candeeiro do Trajano já estava aceso, e em cima da mesa se encontrava mais um monte de processos. Olhei para os meus colegas (que já lá estavam, sentados, com um ar cansado, e angustiado), e reparei que cada um deles tinha em cima da mesa um enorme monte de dossiers.

A Catarina disse-me: “olha, não queres pegar em alguns desses processos do Trajano?”. Hoje tenho de acabar estes 10 dossiers, não posso fazer mais nada.
Acedi, agarrei em 5 dossiers, e comecei, imediatamente, a trabalhar. Passaram as 10.30, e ninguém se levantou para a pausa do café. Olhei para o Bernardo, a Marisa e a Sofia, e vi-os a tragar, vorazmente, enormes quantidades de café, que tinham trazido de casa, dentro de umas canecas. Outros, como o Ricardo, tomaram outro tipo de bebidas energéticas.

Eu não disse nada, continuei a trabalhar. Estávamos todos absortos no que fazíamos, sem tirar os olhos do papel, ou do computador, só nos levantávamos para imprimir alguma coisa, ou para mandar algum recado importante. De vez em quando, alguém suspirava, mas olhava, sobressaltado, para a mesa do Trajano, e disfarçava o seu gesto.

Fui a única pessoa que saiu para almoçar, nesse dia. Já não aguentava aquele ambiente, apetecia-me espairecer um pouco, e dirigi-me a um desses muitos restaurantes que há na zona, comi, de pé, ao balcão, e olhei para toda aquela gente indistinta, a devorar a sua refeição o mais rápido possível, e também comi, bastante depressa, um qualquer prato do dia, daquelas febras de porco, feitas em linha de montagem, para serem preparadas e devoradas em cinco minutos, engoli tudo, sem apetite, e depois, olhei para o meu lado, onde estava um lugar vazio, e recordei-me, não sei porquê, do Trajano, e passou-me a pouca fome que tinha, pedi o café, que bebi de um trago, dei uma nota, e nem esperei pelo troco, voltei, a correr, para o Escritório.

Quando cheguei, estava tudo na mesma, apenas um monte maior de processos e papéis em cima da mesa do Trajano.
A Catarina ia dirigir-me a palavra, antecipei-me: “sim, eu sei, fico com mais alguns processos, não há problema”.

Saí às 23.30, ainda havia alguns colegas a trabalhar, desejei as boas noites a todos, e voltei para casa, quase a dormir.
Os meus problemas familiares começaram nesse dia, com a normal invocação da “falta de tempo” para a família, e para as crianças, que estavam em idade escolar, e que precisavam do acompanhamento dos pais. É certo que os deixamos em Centros de Explicação, depois de terminarem a Escola, depois têm aulas de equitação, piano, tudo o que seja possível para os manter ocupados.

De manhã, esperava-me o cenário habitual, os montes de processos em cima da mesa do Trajano. Não foi necessário pedir explicações. Peguei num monte, e pus-me a trabalhar. A partir desse dia, não mais voltei a ouvir as vozes dos meus colegas, excepto para assuntos urgentes de trabalho. Quando chegamos, desligamos os telemóveis pessoais, para não nos distrairmos, e porque reparámos que não nos sentimos à vontade para atender o telefone, ao pé do Trajano.

Passei a trazer, de casa, uma marmita, com o café, bebidas energéticas, e o almoço. Só me levanto para ir à casa de banho.
E estou quase a chegar ao fim do meu relato. Posso apenas dizer que me divorciei, entretanto, e o trabalho aumentou. Apesar disso, quase não consigo dar conta do recado.

Por isso, Trajano, desculpe mandar-lhe este mail, a contar-lhe isto tudo, mas queria que soubesse que não tenho nada contra si. Desejo-lhe tudo de bom, e espero que a camisola da Empresa lhe esteja a assentar bem. Eu, arrisco-me a dizer já está um pouco grande, para o tamanho do meu corpo. Mas chega de lamúrias. A Catarina despediu-se, e dizem que já arranjaram um substituto, que será apresentado amanhã. Estou curioso, acho que vou aparecer mais cedo, quero conhecer a nova contratação, que dinamizará, e trará, sem sombra de dúvidas, muitas mais-valias para a Sociedade.

50 Comments:

Blogger E. A. said...

Gosto do nome Trajano, dava esse nome a um filho meu!

Pois, quanto ao seu "Trajano", percebi-o enquanto símbolo dessa nova exploração imperiosa, mais perigosa porque dissimulada e sofisticada. E ninguém estrebucha, pq é menos mal ser-se explorado do que desempregado: tem de se comer..., e pagar aquelas férias às Maldivas.

7/04/2009  
Anonymous Anónimo said...

Lugones,

gostei imenso do seu conto. Sim, você é muito expedito nas palavras; e a «alegoria» é deveras simpática. Muito bom; agradeço encarecidamente este momento de leitura que me proporcionou. Aquele momento em que os colegas do Trajano esperavam que ele surgisse do armário fez-me rir; gostei imenso.
É verdade, não se esqueça do meu último conto, Gravilovitch. Trata-se de uma conto em cinco partes, pelo que desejava que tivesse paciência e deixasse algumas palavras sobre. A propósito, sempre desenvolveu a sua análise na metempsicose?

Seu amigo,

Goggly

7/04/2009  
Blogger Lugones said...

Não percebo porque é que as pessoas não dão aos filhos nomes de Imperadores Romanos, há uns que são bem giros! Por acaso, conheço um Trajano e, ao fazer pesquisa na net, depois de escrever o post, vi que havia um Trajano Fonseca, no Brasil! Acrescentei-lhe o Cunha, para não haver confusões.
Quanto ao meu Trajano, confesso que fugiu, um pouco, ao meu controlo. Ao princípio, queria fazer uma história simpática sobre o novo, e calado, funcionário.
Até que me foram surgindo, naturalmente, no texto, diversas palavras da nova ordem empresarial.
Acabei por assumir essas influências,fazer um post programático, e juntar várias coisas na sopa, onde não faltaram referências à educação dos filhos, e a expressão, tão em voga nos nossos dias, do amor à camisola.
No final, ficou expressa essa ideia, tão bem comentada pela cara Papillon.
Quanto ao Trajano, ele não se deverá preocupar. Acabará, sempre, por caber na camisola de Empresa.

7/04/2009  
Blogger Lugones said...

Amigo Goggly,
Obrigado pelas palavras simpáticas, fico feliz que o meu humilde texto tenha agradado!
Quanto à metempsicose, queria ver se encontrava os tais contos onde me lembro que era mencionada. Tenho curiosidade em reler esse do Poe.
Ainda não li o seu conto, mas hoje lei-o, atentamente, e darei a minha modesta opinião.
Cumprimentos cordiais

7/04/2009  
Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

7/04/2009  
Blogger Fräulein Else said...

O seu "Imperador invisível" assaltou-lhe a pena e muito bem!

7/04/2009  
Blogger Iacobus said...

Uma leitura de contornos kafkianos (o absurdo) e orwellianos (o automatismo), na sensação que deixa. Uma feliz metáfora da infeliz precariedade a que a maioria se submete e a que uma minoria, com dificuldade, tenta ir escapando.

7/05/2009  
Blogger Alberto Colima said...

As metanarrativas criadas pelo capitalismo não parecem diferentes das de quaisquer outros períodos históricos. Obedecem sempre a uma lógica de poder e domínio nessa interminável luta entre o indivíduo e a sociedade. A lógica capitalista só veio tornar mais concretas a escatologia e a ética de salvação pessoal propostas. O manter-se sempre ocupado é também uma promessa de salvação pessoal. Além disso, a crescente ausência do Estado da vida das pessoas (a não ser como cobrador de impostos) e a proeminência do discurso amoral e anti-ideológico do poder (cada vez mais exaltado pelos acólitos do politicamente correcto) vai fazer com que a esfera privada da vida das pessoas procure colmatar esse vazio. O desespero e devaneio do poder empresarial só vem responder a uma necessidade há muito sentida.

7/06/2009  
Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

7/06/2009  
Blogger E. A. said...

Que giro! O meu mano teve durante dois meses um gato persa chamado Wagner, mas depois teve de se desfazer dele, pq a namorada apanhou tinha... ahah :D
É o que "os Wagners" fazem, já se queixava Nietzsche!

7/06/2009  
Blogger Fräulein Else said...

Bom, agora o Sr. Nikolai Goggly Gógol faz o favor de apagar os seus comentários, tornando o meu esquizofrénico. Enfim, "no peito dos desafinados também bate o coração"... ;)

7/07/2009  
Blogger Lugones said...

Eheh, também reparei nisso!
Mas para não tornar esquizofrénico o comentário anterior da cara Fraulein, vou contextualizá-lo, dizendo que vem em seguimento de uma troca de comentários, onde eu dizia que o meu gato se chamava Nietzsche.
É interessante dar o nome de Wagner a um gato. Se for numa casa onde haja um gato e várias gatas, poderia ser o Wagner e as suas Valquírias.
Falando do meu gato, poderei acrescentar que ele é de temperamento dócil, mas traquinas.
Gosta de comer e destruir tudo o que lhe apareça pela frente. Mas, no fundo, o seu comportamento está para além do bem e do mal.

7/07/2009  
Blogger Iacobus said...

É uma amoralidade, ou naturalidade, a dos animais. Tb tenho gatos desde os meus seis/sete anos, e desde então sem intervalos. Os filhos dos filhos dos filhos... Adoro aqueles bichos. Um carácter independente, e sem «vergonha no focinho» para conseguirem o que precisam. É bom observá-los.

7/07/2009  
Blogger Lugones said...

Caro Tiago, fico feliz por gostar de gatos. Regra geral, simpatizo com pessoas que gostam de gatos (é uma espécie de irmandade, contra aqueles que os odeiam).
Não sei porquê, lembrei-me, agora, do filme Cat People, do Tourneur (o Tiago já o viu?).

7/08/2009  
Blogger E. A. said...

Ya, o Tiago tem cara de quem gosta de gatos pq tem um ar de esteta romântico. Eu sou mais pró-canídeos, mas nunca tive mamíferos como animais de estimação. :)

7/08/2009  
Blogger Iacobus said...

Os gatos têm personalidade (é um pouco estar a dizer que os cães não tanto; mas é só uma questão de indiscutíveis gostos, mesmo), mas têm-na de facto. Tb tive cães, mas só dum gostei, o primeiro, um pastor alemão alentejano (era como ouvia designarem-no) que, depois de morrer, todos os outro me desinteressaram. Era um cão com personalidade tb. Gosto de cães, mas de uma forma geral irritam-me, muito devido ao facto se serem grandes e insensatos sectários dos seus donos, que muitas vezes não merecem :D

Não sou porém daqueles que gosta de passar as tardes sentado na poltrona (q ñ tenho) fazendo festas ao gato de raça (prefiro rafeiros, são menos manientos, e de rua, como os meus, que têm sorte em ter um quintal, embora não viva já com eles) :)

Nunca vi o filme, Lugones, mas vou ficar atento à programação da Cinemateca. Obrigado!

Elsa, curiosa caricatura. Ar de esteta romântico? Espero que não do tipo Alencar de Alenquer!, que o Ega atacava eheh. (Por acaso tenho andado a pensar publicar um epigrama que ainda hoje me faz rir, que o Ega dirigiu àquele, n' Os Maias).

7/08/2009  
Blogger Iacobus said...

Ah, e quais foram os animais de estimação, então, que a Papillon teve?

7/08/2009  
Blogger Fräulein Else said...

Bem, vim agora de uma sessão de acupunctura - estou nas nuvens. :)

Tive tartarugas, aves e grilos.

Pois, eu adoro cães grandes por causa disso mesmo: companheiros e brincalhões. Como as crianças. :)

7/08/2009  
Blogger Iacobus said...

Sim, falava mais de um esteriótipo. Mas também gosto de cães, mas acho que não teria um. Gatos, mais facilmente. (Os que tenho não dependem de mim).
Tb tive uma tartaruga, há muito, mas a minha mãe esmagou-a quando estava grávida, não tive oportunidade de a conhecer.

Apucuntura... Por acaso tb ando a precisar de alguma coisa que me ponha nas nuvens. :)

7/08/2009  
Blogger Iacobus said...

acupunctura* (eheh)

7/08/2009  
Anonymous Sonda Escolástica said...

Ei, alguém tem aí para venda ou troca um nandu, um polvo e uma faneca?

Acho que estou no sítio certo...
Hospital dos animais, certo?!
Eu cá tive um macaco de imitação, mas era aborrecido quando vinha escrever para a net tudo o que lia nos livros na manhã anterior .
Dei-o a um surdo-mudo.
Estão ambos felizes. E relaciona-se melhor com as namoradas. O surdo-mudo, entenda-se.

Já agora, ouviram falar do lançamento de balões? É esta semana não é? É que queria enviar o meu peixe-balão...

Por último, passe no meu sítio.
www.avesrarasaosmolhos.com.
tenho um novo conto sobre bichas peludas que gostava mesmo que analisasse. Parece-me que sabe bem passar a mão no pêlo. Não me leve a mal, mas parece-me tão sabedor e críticas construtivas são sempre bem vindas. Ensaboadelas no ego sabem a mel. O pior são as abelhas...

7/08/2009  
Blogger Lugones said...

Sonda escolástica ou sonda cáustica?:)
Parece-me um pouco abstracto (a), o que está a dizer, concretize, caro(a) amigo(a)!
Continuando na senda dos animais, faço, mais um menos minhas, as palavras do caro Tiago.
tal como a Else, também tive pássaros, mas tiveram todos um fim infeliz.
Também tive uma tartaruga, quando era pequeno, que a minha mãe deitou fora, pensando que estava a dormir, quando tinha começado a hibernar!
também tinha curiosidade de experimentar fazer acupunctura, ainda não tive oportunidade.

7/09/2009  
Blogger E. A. said...

Ahah! A cara sonda escolástica sofrerá certamente de bichos carpinteiros! ;)

7/09/2009  
Blogger Alberto Colima said...

Acho muita piada a estas "feras" de blog, como o menino Sonda Escolástica. A distância do teclado é libertadora não é?

7/09/2009  
Blogger E. A. said...

É ejaculação precoce mental.
Se a física pode ser um drama, a mental é uma comédia.

7/09/2009  
Blogger Iacobus said...

eheheheh
Talvez tenha descoberto agora que tem um ego, e como não assume as projecções que faz, declina-as. Comportamento algo metastático, parece-me.

7/09/2009  
Anonymous outra sonda qualquer said...

Lugones, confesso que não li este teu texto, (muito trabalho, pouco sono), e que abri a caixa de comentários por curiosidade, (26 comments é obra!). Depois li isto tudo e lembrei-me de uma canção!
Mais concretamente, "O Areias" - aquele que é camelo e que está como ele quer, no Jardim para a gente ver...
Engraçado ou interessante ver como há tendência para se ir afunilando a palavra para o domínio da experiência pessoal, da confidência...
Mais valia deixares aqui o teu endereço de msn ou do facebook porque, a partir de determinada altura, o texto já perdeu o efeito, tornando-se perfeitamente insignificante e indiferente.

7/09/2009  
Blogger E. A. said...

Ora, muito interessante o comentário da sonda qualquer.
Concordo consigo em parte e passo a explicar porquê.
Concordo quando diz que a partir de um texto crítico, tendencialmente se parta para a perspectiva pessoal, quase confessional. Isso é nítido, não só no diálogo virtual, como noutros contextos. As pessoas têm dificuldade em destrinçar a reflexão teórica das suas experiências privadas, o que daí deriva a opinite mal fundamentada, etc.
No entanto, (agora a parte do desacordo), se leu com atenção, apercebeu-se que o primeiro comentário dito "pessoal" - confessional é exagero -, vem em seguimento a um comentário pessoal do próprio autor do texto, deixado noutro blogue. Dá-se, então, o caso de que não é uma perversão dos comentadores estrangeiros ao blogue, mas do próprio. E, por outro lado, o texto é importante, mas não deve ocupar lugar num relicário; deve-se partir dele, para um diálogo que faça sentido aos que participam dele.
No entanto, ainda mais lhe digo, e agora em tom declaradamente confessional: em vez do comentário sobre o gato Wagner, pensei em responder ao comentário do Aristotélico, porque n concordei com o q ele escreveu, mas pensei depois que este blogue n era o lugar para esse tipo de discussão mais teórica. Não com desprimor para o blogue, pelo contrário, sigo-o há muito, e com bastante prazer, mas porque o texto se sustenta em si mesmo.

Com os melhores cumprimentos.

7/09/2009  
Blogger E. A. said...

* se sustenta a si mesmo.

7/09/2009  
Blogger Lugones said...

Outra sonda qualquer, percebo o que queres dizer.
Por outro lado, tem graça ver a associação de ideias que um texto traz. Os novos comentários vão-se autonomizando do texto inicial, e criam algo muito distinto, um "novo texto", que é totalmente independente do texto inicial(isto até poderia dar origem a um conto!).
Por outro lado, o mundo blogosférico prova que um texto com muitos comentários provoca o interesse e a atenção do leitor que dá uma rápida olhadela aos muitos blogs que andam por aí.
Muitas vezes, depois de ler os comentários, debruça-se sobre o texto base, que neste caso seria o da camisola dos meus colegas.
Se isto aconteceu contigo, outra sonda qualquer, vejo bem empregues todos estes comentários :)
Cumprimentos cordiais

7/09/2009  
Blogger Lugones said...

Cara Papillon, agora é que li o seu comentário, depois de ter escrito o meu, e concordo com o que acabou de escrever.
E pode responder ao comentário do amigo Aristotélico, penso que ele é pessoa de gostar desses debates teóricos :)

7/09/2009  
Blogger E. A. said...

Ya, eu tive uma acepção mais filosófica e o Lugones mais literária, mas condizente!
Vê, sonda qualquer, o diálogo tem a dialéctica desarmonia/harmonia, como em qq composição. N é subalterno ao texto. :)

7/09/2009  
Blogger Iacobus said...

Claro. Não vale a pena fazermos das coisas, como neste caso do texto do blogger, muros das lamentações, onde, quais autómatos, não paremos de cabecear num só sentido. O interessante são, também (sublinho), os desvios; até porque o texto já fora comentado previamente por cada um dos desviantes.

7/09/2009  
Anonymous Sonda Carpinteira said...

Confesso que o primeiro comentário da Papillon teve toda a graça. Agrada-me. Até porque é verdade! Muito bicho carpinteiro! ;D

E sim, fera é o meu nome do meio. Lucy Fera Brava.

Mas depois não posso deixar de me rir... (não faço eu outra vida)
Será que o teclado está assim tão distante do Senhor Lugones?!
Será que ocorre a alguém por aqui que talvez esta sonda não precise de se polir para comentar?
Que talvez tenha toda a liberdade para se rir e saber que não ofende este dono do blog?
Mesmo que ofendesse, Lugones tem, como já perceberam, inteligência e "jogo de cintura" suficiente para dar resposta. E das boas!
Coisa que aprecio, daí ter feito este comentário.
Alguém se sentiu ofendido?!
Como referiram foi Lugones que iniciou a conversa dos animais...Não me lembro de me ter dirigido a alguém, logo, não percebo o nervosismo aqui presente.
A confiança e o conhecer alguém não está concerteza na confortável distância do teclado (na minha modesta opinião) e esta é apenas mais uma forma de me manter presente na vida de alguém com quem gosto de ter grandes e intensas picardias.
Outro tipo de conversa tenho pessoalmente ou de forma mais privada como o MSN, como sugeriu a outra sonda (lamento, não é a mesma, não.) Aqui, reina o disparate, no que me diz respeito (não vão ainda pensar que chamo disparate aos vossos comentários).
Quanto a isso, não me parece que alguém possa mandar bitaite. (Não é uma palavra tão linda?!)

Abracinhos e cumprimentos.
E muita paz e amor. Eh eh...
O Verão está aí, sabe bem andar descascado e sorridente!

7/10/2009  
Blogger Alberto Colima said...

Conquistou a minha simpatia, amigo Sonda Carpinteira. Talvez saiba que prefiro, de longe, a violência à calmia. Gosto mais de quem me morde do que de quem me afaga o peito...

Um abraço!

7/11/2009  
Blogger E. A. said...

Ahah! Graaaauuuuurrrrr!

[...]E assim, naquela azafamada caixa de comentários, regressou-se, sem suspeitar, ao tema da estima e dos animais.[...]

Sonda Carpinteira, tb subscrevo a sua conclusão: viva o Verão e... a praia do Meco.
(q é para o comment ser um pouquinho pessoal; ou não, pq ninguém me conhece, por isso, posso sempre estar a mentir).

7/11/2009  
Blogger Iacobus said...

réu béu béu obrigado por este pitéu

7/12/2009  
Anonymous Sonda Escolástica Carpinteira said...

Só para esclarecer, Aristotélico, de menino não tenho nada. :P
E mesmo maria-rapaz muito pouco!
Se lhe conquistei a simpatia, ainda bem; assim não morde. :D Ou muito me engano ou até já "tropecei" em si, portanto... :P
A simpatia ou a falta dela, interessa-me principalmente a "dos meus", não desprezando.
Só respondi aos comentários porque alguns me pareceram desadequados e nitidamente direccionados.

Papillon, comentários pessoais aqui pelo blog parecem-me ser bem vindos e eu nada tenho a dizer sobre isso. Desde que não me sejam dirigidos...
"Mandar" mando no meu e pouco! ;)
Quem sabe...até nos poderemos cruzar pela praia do Meco! Será?! Se acontecer eu serei a 1ª e única a saber... :D

Retiro-me ao som de Cramps, que o sol da manhã deixou-me muito bem disposta.

7/12/2009  
Blogger Lugones said...

Ahah! Muito bem, com este meu comentário, o post chega aos 40 comentários! Parece-me que se bateu um recorde no Ângulo, ao fim de 3 anos e meio :)
Para comemorar, propunha que fôssemos todos à praia do Meco. Levaríamos os nossos animais de estimação, e um gerador, e, enquanto estivessemos descascados e sorridentes, ouviríamos música, desde Wagner, até aos Cramps. Poderiamos lançar peixes-balões, comentar os posts uns dos outros, e falar do Cat People.
Talvez apareça por lá o Trajano, numa pausa do seu trabalho, envergando a camisola da sua empresa :)

7/12/2009  
Blogger Lugones said...

Enganei-me, estávamos nos 39 comentários. Agora é que chegámos aos 40! Parabéns a todos os queridos leitores, e a mim mesmo, que contribuímos para se chegar a este resultado tão especial :)

7/12/2009  
Blogger Iacobus said...

Ahahah! :D

7/12/2009  
Anonymous Sonda Estafada said...

Isso querias tu, todos na Praia do Meco! ;)

Uma boa viagem de regresso, caro Lugones. E volte(m)! :)

7/12/2009  
Blogger Fräulein Else said...

Ahah! Parece-me um óptimo cenário, só falta uma peripécia, tipo, um proboscídeo com pernas de aranha dar à costa, e tem um conto surrealista, caro Lugones! Isto é que é interactividade.
Lá nos encontraremos no Meco! Eu levo a merenda! :D

7/13/2009  
Blogger Iacobus said...

Ok, eu levo as bebidas. Estava a pensar tb levar os alucinogéneos, mas se já vão aparecer proboscídeos com patas de aranha saídos do mar, não vão ser precisos. :)

7/13/2009  
Blogger Lugones said...

Ahah, parece-me uma excelente ideia! Cara Else, fico tentado a escrever um conto sobre um proboscídeo com pernas de aranha, a dar à costa :) Os alucinogéneos também parecem uma boa ideia!
Eu estarei no Meco, a fazer naturismo, e a usar uma toalha a dizer "Low"

A Direcção do Ângulo aproveita ainda para dizer que a Mega-Party-Mix Verão 2009 do Ângulo se realizará no próximo Sábado, dia 18 de Julho, na Capital do Reino e Sua Suprema Cidade, no Antigo Palácio dos Távoras (Grupo Desportivo da Mouraria), na sala onde ensaiava a Amália.
Haverá sessões de autógrafos, música a cargo dos BAL'Z, e um poderoso DJ Set, a cargo dos DJ do blog.
A festa começará por volta das 22 horas, e a entrada é livre, havendo ofertas de bebidas no valor de 5 euros para quem vier trajado com uma máscara de Homem-Gargalhada.
Apareçam, queridos leitores!

7/16/2009  
Blogger Fräulein Else said...

Boa boa! Uma festa! Vou querer os meus autógrafos na região lombar.

7/17/2009  
Blogger Lugones said...

Ah!Ah! Combinado!
Isto fez-me lembrar, vagamente (a ideia da escrita no corpo), o Pillow Book, do Greenaway.
Também haverá, para quem quiser, a modalidade do autógrafo-tatuado, que será feito por mestres tatuadores. Ideal para exibir na praia!

7/17/2009  
Blogger E. A. said...

Sempre houve festa, Lugones? N fui, estive na Bica.
Lá nos vamos ter de conhecer no Meco e já despidos. É o destino.

--> Estou brincando com vc, tá? :)

7/20/2009  
Blogger Lugones said...

Esteve na Bica? Então passou pertinho de minha casa!
Houve festa, e penso que foi divertida, se bem que me parece que o caro Alga, dos BAL'Z, ficou insatisfeito, por terem estado sempre a interromper o seu número musical. Quase ninguém conhece o edifício do antigo Palácio dos Távoras, mas é impressionante. Meio decrépito, com tectos trabalhados e pintados, misturados com uma sala de bar manhosa,e uma grande vista para a cidade.
Lá nos encontraremos no Meco, então. Dizem que até é vantajoso as pessoas conhecerem-se, estando despidas, ajuda a quebrar o gelo, num encontro inicial, e sempre dá para se evitar algum género de conversas, como: "tens uns sapatos muito giros" :)

7/20/2009  
Blogger E. A. said...

Sim, tb n conheço esse palácio!

7/20/2009  

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