Reunião de Equipa
Um dos aspectos mais fascinantes dos dias de trabalho é a chamada "reunião de equipa".
Normalmente, as "reuniões de equipa" ocorrem muito perto do final do horário de trabalho. O ideal é começarem cerca de 5 minutos antes da hora de saída, durante aqueles minutos que guardamos para acabar um processo, para se prolongarem indefinidamente, muito para lá dos sóis postos.
Quando terminam, já não há tempo para acabar os processos em atraso, que ficam a acumular. Mas isso é bom: é um motivo para criar uma "reunião de equipa" específica, contra os atrasos nos processos e as entropias subjacentes.
As "reuniões de equipa" costumam ocorrer depois de a "chefia" colocar uns gráficos complicados nas paredes da sala. Os gráficos mostram enigmáticos números, alcançados depois de terem sido feitos complicados cálculos, que colocam as equipas dentro de uma misteriosa tabela de resultados.
Há umas setinhas a apontar para cima, para um local do gráfico muito longínquo, quase no cume da montanha: as setinhas apontam para: a "posição desejada". A distância que percorre o local onde está situada a "equipa" e a "posição desejada" chama-se "caminho a percorrer".
Infelizmente, se estivéssemos a falar de futebol, a "nossa equipa" estaria sempre colocada num lugar modesto da tabela, sempre um pouco acima da "linha de água", mas muito longe da "posição desejada" e com um longo "caminho a percorrer".
A "chefia" coloca todos os meses a misteriosa tabela à nossa frente, em todas as paredes. São os dias em que a "chefia" anda mais atarefada, sempre com os computadores portáteis na mão, para completarem os gráficos, a fim de os mostrar antes do final do dia.
Há uma relação causa/efeito entre as tabelas de resultados e as "reuniões de equipa": sempre que a "equipa" sobe alguma posição no gráfico nunca há "reunião de trabalho". As reuniões ocorrem apenas quando a "equipa" desce alguma posição.
Quando a "equipa" desce alguma posição, ouvem-se murmúrios no gabinete da "chefia": sabemos que se prepara alguma "reunião de equipa".
Deveríamos ficar contentes: nas "reuniões de equipa" desenvolvem-se métodos ultra modernos aprendidos nas mais eficazes Universidades do país e em Congressos e Simpósios presididos pelas mais altas sumidades nestes assuntos.
E nas "reuniões de equipa" também há jogos e charadas. O objectivo é mostrar o nosso lugar neste mundo e ensinar-nos a chegar ao local onde se deve chegar. Ou seja, a "chefia" pretende responder às velhas questões que levantávamos quando éramos miúdos: "quem sou eu", "onde é que estou", "para "onde é que vou", etc.
Com uma diferença: nunca se deve perguntar porquê.
No fundo, o importante é a equipa manter-se no meio da tabela. Não convém ficar em posição de descida, que a moral das tropas vai-se abaixo. Mas não se deve almejar a "posição desejada". O topo da tabela pode originar cobiças e pode haver algum olheiro de mau olhado com alguma oferta aliciante que afaste o incauto funcionário do "caminho a percorrer" para o valorizar noutra estrada qualquer.
Por isso, é sempre bom ter um "caminho a percorrer" ou, como diria o outro "just follow the yellow brick road".
Para concluir, mostro aqui um desenho, que reproduz, mais ou menos, a charada com que a "chefia" nos presenteou hoje:
Distribuiram um papel para cada pessoa, com o nome da pessoa na parte inferior do papel.
No meu caso, sou o "caro Leopoldinho".
Por cima dos nomes, havia umas setinhas, e entre as setinhas, havia uns números.
E a "equipa" tinha de entender o sentido subjacente a estas bonecadas metafísicas.
Experimente o leitor traduzir a mensagem subliminar. Se não conseguiu, ainda tem um longo "caminho a percorrer". Se conseguiu, está no bom caminho, não se enganou. Há que continuar a seguir em frente.
Normalmente, as "reuniões de equipa" ocorrem muito perto do final do horário de trabalho. O ideal é começarem cerca de 5 minutos antes da hora de saída, durante aqueles minutos que guardamos para acabar um processo, para se prolongarem indefinidamente, muito para lá dos sóis postos.
Quando terminam, já não há tempo para acabar os processos em atraso, que ficam a acumular. Mas isso é bom: é um motivo para criar uma "reunião de equipa" específica, contra os atrasos nos processos e as entropias subjacentes.
As "reuniões de equipa" costumam ocorrer depois de a "chefia" colocar uns gráficos complicados nas paredes da sala. Os gráficos mostram enigmáticos números, alcançados depois de terem sido feitos complicados cálculos, que colocam as equipas dentro de uma misteriosa tabela de resultados.
Há umas setinhas a apontar para cima, para um local do gráfico muito longínquo, quase no cume da montanha: as setinhas apontam para: a "posição desejada". A distância que percorre o local onde está situada a "equipa" e a "posição desejada" chama-se "caminho a percorrer".
Infelizmente, se estivéssemos a falar de futebol, a "nossa equipa" estaria sempre colocada num lugar modesto da tabela, sempre um pouco acima da "linha de água", mas muito longe da "posição desejada" e com um longo "caminho a percorrer".
A "chefia" coloca todos os meses a misteriosa tabela à nossa frente, em todas as paredes. São os dias em que a "chefia" anda mais atarefada, sempre com os computadores portáteis na mão, para completarem os gráficos, a fim de os mostrar antes do final do dia.
Há uma relação causa/efeito entre as tabelas de resultados e as "reuniões de equipa": sempre que a "equipa" sobe alguma posição no gráfico nunca há "reunião de trabalho". As reuniões ocorrem apenas quando a "equipa" desce alguma posição.
Quando a "equipa" desce alguma posição, ouvem-se murmúrios no gabinete da "chefia": sabemos que se prepara alguma "reunião de equipa".
Deveríamos ficar contentes: nas "reuniões de equipa" desenvolvem-se métodos ultra modernos aprendidos nas mais eficazes Universidades do país e em Congressos e Simpósios presididos pelas mais altas sumidades nestes assuntos.
E nas "reuniões de equipa" também há jogos e charadas. O objectivo é mostrar o nosso lugar neste mundo e ensinar-nos a chegar ao local onde se deve chegar. Ou seja, a "chefia" pretende responder às velhas questões que levantávamos quando éramos miúdos: "quem sou eu", "onde é que estou", "para "onde é que vou", etc.
Com uma diferença: nunca se deve perguntar porquê.
No fundo, o importante é a equipa manter-se no meio da tabela. Não convém ficar em posição de descida, que a moral das tropas vai-se abaixo. Mas não se deve almejar a "posição desejada". O topo da tabela pode originar cobiças e pode haver algum olheiro de mau olhado com alguma oferta aliciante que afaste o incauto funcionário do "caminho a percorrer" para o valorizar noutra estrada qualquer.
Por isso, é sempre bom ter um "caminho a percorrer" ou, como diria o outro "just follow the yellow brick road".
Para concluir, mostro aqui um desenho, que reproduz, mais ou menos, a charada com que a "chefia" nos presenteou hoje:
Distribuiram um papel para cada pessoa, com o nome da pessoa na parte inferior do papel.
No meu caso, sou o "caro Leopoldinho".
Por cima dos nomes, havia umas setinhas, e entre as setinhas, havia uns números.
E a "equipa" tinha de entender o sentido subjacente a estas bonecadas metafísicas.
Experimente o leitor traduzir a mensagem subliminar. Se não conseguiu, ainda tem um longo "caminho a percorrer". Se conseguiu, está no bom caminho, não se enganou. Há que continuar a seguir em frente.