sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Cinecartaz - Morângulos Com Açúcar no Sangue


Estreia, hoje, nas Salas de Cinema, um dos mais polémicos, ( e aguardados) filmes portugueses do ano.
Trata-se de Morângulos com Açúcar no Sangue, e é a nova aposta da Produtora "Mouchette Filmes".
O filme segue as desventuras de quatro jovens tresloucados, e alienados (Buécio, Safinha, Low, e Alga) que, depois de terem matado, a sangue frio, todos os alunos do Colégio, resolvem beber o sangue de alguns deles.
Os jovens, perseguidos pelas Autoridades, refugiam-se numa localidade italiana. Aí, começam a sentir estranhos sintomas. A pouco e pouco, descobrem que se estão a transformar em terríveis vampiros sedentos de sangue. O sangue que beberam no Colégio estava contaminado!

Para poderem sobreviver, terão de começar a fazer vítimas...

A sua actividade não passa despercebida à terrível Mafia Napolitana, e ao seu chefe, o lendário Don Aristotelli, que recruta os jovens heróis para as suas fileiras, a troco de miúdas, e cerveja.

Agora, os quatro jovens têm pela frente uma nova missão: devem regressar a Portugal, e semear o caos e a discórdia nas escolas, nas repartições públicas, nos restaurantes, nas Redacções dos Jornais, e em todas as instituições, de modo a a facilitar a criação de uma sucursal portuguesa da Mafia Napolitana.

A liberdade está em perigo!

Conseguirão os nossos heróis alcançar o seu objectivo?

O filme abre, de novo, a polémica no seio do Cinema Português. Conseguirá uma produção de origem televisiva sobreviver ao formato Cinema?

E o argumento? Estaremos perante um filme-choque, que quer, apenas, apresentar Temas polémicos, e fracturantes?

Só vendo o filme...

Para já, fica o cartaz.

Nota dos Produtores do Filme: no cartaz, apesar de Alga e Low parecerem estar muito agarradinhos, isso não significa que haja uma temática gay subjacente.

Pelo contrário! Alga e Low continuam os machos do costume!

De resto, não faria sentido apresentar um casamento homossexual entre dois vampiros. Então e aquela parte do juramento em que se diz "promete amá-lo, agora e para sempre?"

Nota nº2 dos Produtores: é verdade que a camisola do Buécio parece larga, e disforme. Isso é porque ele veio de um sítio frio, nas Américas, e continua a usar camisolas quentes.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

O estranho caso do Mandarim - 1ª Parte

Nota dos Editores:


Por meios e através de expedientes, que não poderemos, para já, revelar, tomámos posse de uma série de emails, altamente confidenciais, trocados entre alguns indivíduos, e as mais respeitáveis entidades.

Por se tratar de um tema fascinante, achamos que é da mais elementar justiça revelar o segredo do seu conteúdo.


Publicaremos, de seguida, a primeira parte desta vasta correspondência, por Ordem Cronológica. O teor dos emails é mantido inalterado. Qualquer erro de ortografia, ou gramatical, é da responsabilidade dos seus Autores.


Os nossos agradecimentos




Email nº1:
From: “H.G.”
Sent: Monday, January 4, 2010, 2.33 P.M
Subject: Negócio da China

Doutor Joseph Le Coq
Eminente Semi-Desempregado
Exmo. Senhor,
No fundo da China, existe um Mandarim mais rico de que todos os reis de que a Fábula ou a História contam. Dele nada conheces, nem o nome, nem o semblante, nem a seda de que se veste. Para que tu herdes os seus cabedais infindáveis, basta que carregues, com o botão esquerdo do teu rato, nesta campainha, que está desenhada, num ficheiro que mandamos em anexo, juntamente com este email. O Mandarim soltará apenas um suspiro, nestes confins da Mongólia. Será então um cadáver: e tu verás a teus pés mais ouro do que pode sonhar a ambição dum avaro. Tu, que me lês, e és um homem mortal, tocarás tu a campainha?
Se necessitares de algum esclarecimento adicional, não hesites em contactar-nos.
Aguardando uma resposta rápida,
Subscrevo-me, com os melhores cumprimentos,
H.G., um criado, ao seu dispor


Email nº2
From: “Joseph Le Coq”
Sent: Tuesday, January 5, 2010, 9.30 A.M.
Subject: Possível Fraude


Monitor das Fraudes
Organização Internacional de Combate à Fraude

Exmos. Senhores,
Tomei contacto com a Vossa Organização, ao ler o Vosso excelente site.
O motivo que me leva a entrar em contacto com V.Exas prende-se com um email que recebi ontem, e que vos vou reenviar.
Nesse email, um tal de H.G. propõe-me um negócio deveras vantajoso: eu poderia herdar uma vasta fortuna, a troco de um pequeno serviço: teria de carregar, com o botão esquerdo do rato (que está ligado ao meu computador portátil), numa campainha, desenhada num ficheiro, em anexo ao email que me foi enviado. Essa campainha aniquilaria um misterioso Mandarim, dono da fortuna que eu herdaria.
Fui ver o tal ficheiro, que me mandavam em anexo, e havia lá, de facto, uma campainha (desenhada a Paintbrush). Todavia, não me atrevi a fazer nada, pois estou a par do crescente número de fraudes e de ladroagens que tem havido, um pouco por todo o lado.
Por isso, queria que me dessem uma opinião: devo ou não carregar na campainha?
Aguardando uma resposta rápida,
Subscrevo-me, com os melhores cumprimentos
Doutor Joseph Le Coq


Email nº3
From : Gaspar Asa Negra (Monitor das Fraudes)
Sent: Wednesday, January 6, 5.45 P.M.
Subject: Análise de uma hipotética fraude


Doutor Joseph Le Coq
Eminente Semi-Desempregado

Exmo. Senhor,
Em primeiro lugar, queríamos agradecer-lhe pela atenção, e interesse, que manifestou pelo trabalho que temos vindo a desenvolver.
Desde as origens da economia (há alguns milhares de anos atrás) existem, na vida das pessoas e no mundo dos negócios, "golpistas" que se dedicam a pôr em prática vários tipos de fraudes, armadilhas, sistemas e esquemas para enganar e roubar o próximo.
O Monitor das Fraudes, Organização Internacional, fundada em 1995, conta já com centenas de Associados. Graças à ajuda, e aos donativos, dados por centenas de Associados e interessados, conseguimos detectar um número crescente de fraudes (no último ano, o crescimento foi na ordem dos 27%).
A nossa Organização tem um alcance Mundial. Isto quer dizer que podemos detectar esquemas de fraudes em qualquer região, desde as zonas mais remotas da América do Sul, até à Mongólia.

Existem, regra geral, DUAS grandes famílias de fraudes, nas quais pode ser reconduzida a maioria dos casos que já tivemos oportunidade de analisar:

1- As Fraudes do Tipo “Advance Fee”, ou seja, aquelas fraudes onde o indivíduo fraudulento pede algum tipo de sinal, ou adiantamento, a qualquer título (custas documentais, de seguros, subornos, impostos…). O objectivo é ficar com o dinheiro adiantado, e deixar a vítima na sua mão.
2- Fraudes do Tipo “Capital Vanish”- fraudes onde, com alguma boa desculpa, o indivíduo que comete a fraude toma posse, ou controlo directo de um valor de propriedade da vítima (geralmente, dinheiro), através da promessa de conseguir uma vantagem relevante (juros elevados, lucro comercial…). Escusado será dizer que o montante acaba por desaparecer, sem daí advir qualquer lucro para o burlado.

Debruçando-nos, em específico, sobre o caso concreto que nos ora transmite, cabe-nos, de forma muito abreviada, dizer o seguinte:
Ao que tudo indica, estamos perante uma variante da clássica “Carta da Nigéria”. Nestas situações, o empresário (ou investidor, ou “herdeiro de um Império”, como é o seu caso), recebe uma carta (ou fax, ou mail), na qual lhe é proposto entrar, de forma muito vantajosa, numa operação de extravio de dinheiro, obtido através de corrupção, ou falsas transacções.

A futura vítima acabará por ir disponibilizando uma quantia de dinheiro, que servirá para a conclusão do “negócio”.

Vejamos o caso do “Mandarim”:
1- Uma pessoa estranha (H.G.???) envia-lhe um email.
2- Nesse email, é-lhe prometido um misterioso Reino no “fundo da China”.
3- Para que tal suceda, basta “tocar numa campainha”…

Levantam-se, de imediato, algumas questões:
1- Quem são os remetentes do email?
2- Como é que entraram em contacto com o caro Doutor Joseph Le Coq?
3- Que direito terá o Doutor Joseph Le Coq em herdar esse misterioso reino?
4- Como é que uma simples campainha mata um poderoso Mandarim?

Poderia levantar muitas outras questões, mas ficamo-nos, para já, apenas com estas.
O meu palpite (feito numa primeira análise, muito rápida) é o seguinte:
Os autores do email enviaram o mesmo texto para centenas de pessoas. Entre essas centenas de pessoas, haverá algumas que se mostrarão interessadas, e que acabarão por “carregar na campainha”.
Depois, enviarão um email para o tal H.G., contando-lhe o sucedido. O misterioso H.G. felicitará o novo herdeiro da vasta fortuna do desconhecido Reino dos confins da China…
Mas…
Mas haverá, sem sombra de dúvida, impostos sucessórios a pagar. E a habilitação de herdeiros? Como se procederá? Sim, porque o caro Doutor Joseph Le Coq não é, certamente, herdeiro directo de um Mandarim chinês…
Provavelmente, pedir-lhe-ão para adiantar um montante X, que servirá para forjar um testamento, e pagar os tais impostos sucessórios?
E as despesas do funeral? Serão, provavelmente, acarretadas pelos “herdeiros”, num montante Y.
Deverão, igualmente, pedir-lhe para adiantar um montante Z, que seria utilizado para subornar as Autoridades Policiais…pois, porque não está à espera que a morte misteriosa de um poderoso Mandarim não seja investigada?
As despesas serão de um montante cada vez maior. No final, o caro Doutor Joseph Le Coq ficará sem o dinheiro que lhe resta, e nem pode “trocar o seu Reino por um cavalo” porque…não tem, nem nunca teve Reino! E com o dinheiro que lhe resta, nem terá, sequer, dinheiro para comprar um cavalo de brincar!
Caro Doutor Joseph Le Coq, aconselho-o a enviar um email a esse tal H.G., pedindo-lhe esclarecimentos.

Depois, diga-me o que lhe responderam. Confesso que estou curioso!
Sem outro assunto de momento,

Subscrevo-me, com os melhores cumprimentos
Gaspar Asa Negra, Investigador do Monitor das Fraudes



Nota do Editor: estes são os três primeiros emails. A segunda parte da correspondência- mais sumarenta, intriguista, e emocionante, será publicada brevemente.


Em anexo: Cópia do Documento com a famosa "Campainha":



































sábado, fevereiro 06, 2010

A propósito de Sainger, o famoso escritor americano

Na verdade, não parei de escrever.
Mais: posso dizer que escrevi uns dez ou quinze Contos.
Sou capaz de estar a exagerar: vejamos…terei escrito uns cinco Contos…ou menos.
Seja como for, escrevi, um texto, de certeza. Recordo-me perfeitamente: era o Obituário do escritor que morreu, muito recentemente, o autor do Catcher in the Rye.
E agora, a propósito desse escritor, recentemente morto, e enterrado, mencionarei o drama que tenho vivido nestes tempos: no computador, onde agora redijo este texto, deixou de funcionar a consoante que se segue ao K., e que precede o M.
Poderão, desta forma, ter uma pequena noção das impicações deste drama doméstico, e artístico: nem posso escrever a paavra tecado, nem sequer fazer uma simpes menção à paavra “etra”, ou seja, não posso dizer que fata a etra a seguir ao K., e antes do M., pois isso causaria grande confusão aos caros eitores.
Tentei fazer uma pesquisa googe sobre o escritor recentemente faecido. Como podem cacuar, trata-se do genia J.D. Sainger, autor do conto “O Homem Gargahada”, e do Romance “À Espera no Centeio”, que antes se chamava “Uma aguha no paheiro”. Todavia, como deverão, decerto, imaginar, não existe nenhum site chamado “googe”, por isso, a minha pesquisa foi infrutífera.
Tentei enviar mensagens de correio eectrónico, para os meus amigos. Porém, não existe nenhum site chamado
www.gmai.com.
De seguida, tentei aceder ao meu bog, para contar o sucedido. Porém, o site
www.bogger.com não permite o acesso à minha conta.
E é isto. Imprimi este texto, e dei a um amigo, para que pubicasse no anguo saxofónico, através do seu computador, assim como está.
Entretanto, enquanto escrevo estas inhas, outras cinco etras deixaram de funcionar, mas parece-me que isto não ficará por aqui.
A minha inércia não se deve a um menor esforço da minha parte, ou a uma diminuição da criatividade.
Deve-se ao desaparecimento das etras.
E com as etras, vai desaparecendo o vocabuário.
As frases tornam-se mais simpes.
Pequenas.
Confusas.
Sem termos técnicos, por não poder fazer pesquisa googe.
Não vou desistir, apesar das contrariedades.
Mais: posso dizer que escreverei uns dez ou quinze Contos, nas próximas horas.
Ficarão, provavemente, em branco.
Ou terão, quando muito, umas duas ou três etras sotas, formando paavras sem quaquer significado.
Mas, na verdade, não deixarei de escrever.
Prometo-vos soenemente

Eopodo Ugones