quinta-feira, maio 21, 2009

A Vida dos Outros

Caro Amigo:
Hoje acordei cedo, por volta das 7.30 da manhã. Tomei um banho revigorante, a água estava à temperatura ideal, usei um champô muito bom, feito à base de camomila, e ervas aromáticas vindas, directamente, da ilha de Zanzibar. O gel de banho era anti-esfoliante, e parece que me faz bastante bem à pele. Depois, um magnífico pequeno-almoço, que consistiu numa sandes de fiambre, sumo de laranja, um café com leite e, ainda, umas bolachinhas com marmelada. Hoje não me apeteceu comer a minha mortadela de 2 kg, mas amanhã pretendo prová-la, pois tem um aspecto delicioso.
Depois, fui dar uma volta com o Manuel, o Luis e a Adozinda, que me vieram buscar num Seat, modelo Ibiza, do ano de 2006. Fomos a vários locais, desde a vila histórica de Casais Novos de Santo Agostinho, com as suas ruas típicas, e um Mosteiro Histórico, que fazem dela um local tão interessante para conhecer, até Vale de Calafredos, ilustre cidade fundada pelos Celtas, destacada pelo seu famoso aqueduto e a singular beleza da zona histórica. O passeio foi abrilhantado pelos comentários do Manuel, que tirou um curso de guia turístico, e é um entendido na matéria, e pelo sorriso e simpatia da Adozinda, que não parava de me fazer piropos, e me tirou muitas fotografias (em breve vou colocá-las no meu facebook).
Almoçámos num restaurante típico, e comemos uma Sopa à Lavrador, Pato à Zé Padeiro, com batata assada, e migas. Durante o almoço, uma empregada, com os seus 50 anos, piscou-me o olho, enquanto eu me dirigia aos lavabos. Entrámos juntos na casa de banho, e fez-me, durante 5 minutos, um agradável broche, vulgo sexo oral. Voltei para a mesa a tempo de comer um pudim flan.
Depois do almoço, subimos a montanha de Calafria (com a altura de 1800 metros), e andámos de teleférico, tendo tido a oportunidade de contemplar uma paisagem impressionante de alta montanha. Lanchámos no meio do monte, num parque de merendas. Por volta das 16 horas, juntaram-se a nós a Margarida, a Vanessa, o Pedro, o Gaspar e a Catarina. Jogámos cartas, cantámos, e ouvi um fantástico espectáculo de Sevilhanas, interpretado pelo Joca, e pela Mariza, que apareceram, entretanto. A Margarida conta estupendas anedotas, e o Pedro faz uns fantásticos resumos, em 30 minutos, de vários clássicos da literatura mundial. Eu também falei, da minha profissão, e todos me ouviram, com o máximo de interesse e atenção, durante cerca de 20 minutos.
Regressámos à última hora da tarde, a tempo de jantar ao pé do mar, num restaurante, onde comemos uma suculenta mariscada.
Depois, deram-me boleia, a mim, e à Vanessa, que ficou em minha casa. Eu e ela conversámos, durante 45 minutos, sobre os nossos problemas pessoais, depois, ela meteu um disco, muito giro, na aparelhagem, com marchas militares das ilhas Tonga, e beijámo-nos. O acto sexual durou cerca de uma hora, penetrei-a em 8 posições diferentes, ela deu-me algumas chicotadas e bateu-me com outros apetrechos, que estavam dentro da sua maleta. Depois do acto, abraçámo-nos, e fumei 2 cigarros, marca Marlboro. Por volta das duas da manhã, depois de termos falado um pouco mais da nossa vida pessoal, ela despediu-se de mim, com um french kiss, não sem antes termos tirado umas fotos juntos (brevemente vou colocá-las no facebook). Deixou-me, igualmente, em cima da mesa-de-cabeceira, uma cópia do CD das marchas militares.
Mas amanhã ouço-o. Agora tenho de ir dormir, que vou acordar às 7 e meia da manhã, pois vou fazer pesca submarina com o Valter e a Magda.
Tudo isto ficou-me apenas por 126 euros! Paguei um euro extra, pois os queijinhos que comi no restaurante não faziam parte do pack. Como vês, caro amigo, vale a pena, e ainda recebi, como compensação, uma metade de cordeiro de grande qualidade, de 4 kg, mais 5 magníficos litros de azeite, e um esplendoroso conjunto de 18 facas de cozinha. Eu mando-te o número da Agência de Viagens & Lazer, convém reservares com alguma antecedência, pois estamos a entrar na época alta, e há muita gente, nomeadamente casais, a fazer marcações.
Grande Abraço

segunda-feira, maio 18, 2009

Feira do Livro-Hipóteses de Um Final Feliz

A Polícia Judiciária já divulgou a foto do principal suspeito, e provável cabecilha, do bando que invadiu, esta tarde, a Feira do Livro, no dia do seu encerramento.
Recorde-se que o bando aproveitou a enorme confusão que se fazia sentir no Pavilhão da Leya, fruto da presença de António Lobo Antunes e Margarida Rebelo Pinto, para se infiltrar, sem se fazer notar.
O grupo, composto por cerca de dez elementos, surgiu vestido com máscaras de pétalas de papoila vermelhas (o famoso símbolo do Homem-Gargalhada), e munido de sacos vazios, começou a enchê-los com todo o tipo de livros que lhe apareciam pela frente.
O cabecilha do grupo, que tinha um sotaque do nordeste brasileiro, não parava de gritar: "onde é que estão os livros do Robert Walser?", talvez sem saber que é a Relógio D'Água que edita o autor de Jakob Von Gunten. Acabou por levar a colecção completa do Roberto Bolaño.
A Polícia Judiciciária divulga, agora, a foto do principal suspeito. Dizem que o grupo também tem ramificações na Sibéria Oriental.
Se souberem do seu paradeiro, contactem-nos. A Direcção do Ângulo queria condecorar esse bravo homem.



quinta-feira, maio 14, 2009

Curriculum Actualizado

Elementos Pessoais
Nome: Zeferino José da Silva Dias
Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1962
Local de nascimento: Queluz-Massamá
Residência: Rua da Esperança, Bairro da Anunciação, 1900 – 543

Habilitações Académicas
. Licenciatura em Engenharia de Sistemas Ecto-Endocrino-Plásmicos pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Santa Martinha, concluída em Junho de 1987 com média de 14 valores;
. Especialização em Pregos e Parafusos de 12 cm, variante de aplicação em Brocas para Furar Metais
. Curso de linguagens informáticas, nomeadamente, Excel, Access e Frontpage, no Verão de 1995.

Experiência Profissional
. Participação na implementação de um sistema informático para a maior empresa prestadora de serviços na Região de “Las Hurdes”;
. Obtenção de uma distinção por ter desenvolvido o sistema de processamento de respostas imediatas a pedidos de clientes anónimos
. Trabalho de Engenharia na Sociedade XPTOY, SA, em Angola, entre 1996 e 2000
. Técnico de Sistemas de Verificação da Qualidade de Parafusos, numa empresa sediada em Vila Real das Nespereiras.

Outras Actividades e Interesses
. Fluência em Inglês, Francês e Italiano. Participação na organização das festas da cidade de Freixos de Freamunde-Sul, nos anos de 1996 a 2004.
. Frequência assídua de eventos culturais, como cinema, teatro, exposições e concertos;
. Prática regular de atletismo e ginástica acrobática
. Participação em programas de apoio à juventude patrocinados pelas Câmaras Municipais de Sesmarias do Bom Jesus;
. Grau 6 no Curso de Sânscrito Jurídico, vertente Recuperação de Empresas.

Situação Actual
. Encontra-se falecido desde Janeiro de 2006


sábado, maio 09, 2009

Conselhos Para Roubar na Leya- 1


Já começou a Feira do Livro de Lisboa, de 2009, e este post serve para motivar todos os nossos leitores para fazerem o que de mais interessante há por lá: Roubar na Leya. A Leya é, como todos sabem, aquele bunker de Editoras, que se fixa num espaço próprio, com uma pracinha central, que passa sempre música de Daniela Mercury aos altos berros, e onde há grandes filas para a grande animação do certame: arranjar um exemplar assinado de um livro do António Lobo Antunes.
A Leya introduziu também uma coisa essencial em qualquer Feira do Livro que se preze: detectores de livros à entrada e saída do bunker, para prevenir a existência daqueles terríveis terroristas que levam, à sucapa, um livro debaixo do bolso.
Isto leva-me ao tema do post: a criação de vários planos para roubar livros na Leya. Aqui fica o primeiro:
Plano nº1 para roubar livros na Leya
Material necessário:
. uma pessoa e um cúmplice
. Saco com livros comprados noutra Editora
Explicação do plano:
Um dos ladrões entra por um dos detectores assinalado com o nº1, na figura. Depois, dirige-se a um dos pavilhões (pode ser, por exemplo, o da D. Quixote, assinalado com o nº2, na figura), e pega num dos livros. Depois, se o António Lobo Antunes estiver presente, o ladrão coloca-se na fila, assinalada com o nº3, para receber um autógrafo. Enquanto está na fila, coloca, à socapa, o seu livro dentro do saco do livro comprado noutra Editora. Depois, fazendo um ar de enfado, com a longa espera, finge desistir, e sai da fila. Há que ter cuidado com as pessoas assinaladas com o nº4, que são, provavelmente, agentes da Leya, à paisana.
A certa altura, o cúmplice do ladrão, grita-lhe, a partir do arvoredo, escondido atrás do nº5 assinalado na figura. O cúmplice estacionou, previamente, o seu carro, junto do Pavilhão Carlos Lopes, que fica a escassas dezenas de metros dos Pavilhões da Leya. Depois, ficou no arvoredo, entre dois dos pavilhões da Leya (a saída lateral não possui detectores) a fingir que ia entrar para a Feira. Ao avistar o ladrão, grita-lhe, e finge que é um velho amigo. Podem trocar o seguinte diálogo:
- Manel! Oh Manel, és tu??
O "Manel", que estava no bunker da Leya, acerca-se do cúmplice, e vai cumprimentá-lo, no intervalo entre dois pavilhões.
Trocam palavras, e, discretamente, começam a afastar-se, em direcção ao carro do cúmplice, com um livro roubado dentro do saco de outra editora, e evitando os detectores de livros roubados.
Podem ir tomar um café, entretanto, à esplanada que fica próxima, aquela que tem um lago com cisnes, e uns bons batidos de frutas exóticas.
Boa leitura!

segunda-feira, maio 04, 2009

O Meu Biopic Dava Uma Vida

Começam a circular, com alguma insistência, novos rumores acerca do biopic sobre John E.T. Smith, falecido, como se sabe, no passado mês de Janeiro. Na página do actor, no imdb ( internet movie database), aparece já, como estando na fase da pré-produção, o filme sobre a sua vida, com o título provisório “An Alien in movie pictures- the John E.T. Smith saga”. Parece-me que este título é, por um lado, uma chalaça um pouco forçada com base no seu apelido (E.T.) e, por outro, uma referência à sua própria vida.
Isto porque E.T. Smith apareceu, um pouco por acaso, no mundo do cinema. Durante as filmagens de “Raging Bully”, o duplo do actor principal, Anthoney Honeymann, de seu nome Edward Black Diamond Jack, apanhou uma insolação, e teve de ficar em repouso durante alguns dias.
Como as filmagens não podiam ser adiadas, procurou-se, de imediato, um duplo para o duplo de Honeymann. Por sorte, o empregado de mesa do restaurante “The Laughing Pig”, próximo do local das filmagens, que se realizavam numa pequena localidade do Arkansas, era, nem mais nem menos, John E.T. Smith, que apresentava muitas semelhanças físicas com Edward Black Diamond Jack.
Durante alguns dias, E.T. Smith estreou-se na difícil arte de “Stuntman”, mimetizando, na perfeição, o duplo Black Diamond Jack.
O seu trabalho foi tão perfeito que, anos depois, quando se realizou o biopic sobre Edward Black Diamond Jack, “Jack of All Aces”, E.T. foi escolhido para dar vida ao personagem principal.
O seu desempenho valeu-lhe vários prémios, em festivais um pouco por todo o mundo, e a nomeação para os Óscares desse ano, tendo ganho o prémio de Melhor Actor Principal.
Curiosamente, o próprio Edward Black Diamond Jack, havia ganho o mesmo prémio, cinco anos antes, pela sua brilhante performance no biopic sobre Anthoney Honeymann, “A Sweet Guy in a Tough World”.
Recorde-se que Anthoney Honeymann teve tudo menos uma vida fácil. Órfão de pai e mãe desde os 3 anos, viveu em orfanatos, até aos 11 anos. Violado continuamente pelos seus educadores, fugiu do orfanato, e foi viver para Nova Iorque, onde levou uma vida de vagabundagem, até ter sido descoberto, por acaso, por Stella Adler, do Actor’s Studio.
Stella Adler comoveu-se com o modo como Honeymann pedia esmola na rua, e lembrou-se de lhe fazer uma audição, pois precisava de um personagem para o biopic sobre Billy B. Wilde, o famoso actor que, por não ter conseguido lidar com a fama e pressão social, enveredou pela via da droga e do crime, acabando por morrer atropelado, quando vivia na rua, como vagabundo, há vários anos.
Honeymann cumpriu na perfeição o seu papel, e tornou-se um actor respeitado durante os 30 anos seguintes.
O seu fim foi, dessa forma, bastante diferente do de Billy B. Wilde que, recorde-se, ficou famoso por desempenhar o papel de James T.Bone Palmer, no biopic dedicado a esse actor dos primórdios do cinema mudo, que se tinha tornado famoso ao desempenhar o papel de Angus Macmuffin, no biopic sobre esse empregado de restaurante, tornado actor por acaso, ao ser descoberto pelos produtores de uma peça, que procuravam uma pessoa com traços físicos semelhantes a Gordon Fitzgerald McCarrick, o malogrado actor, que faleceu com uma insolação, enquanto fazia uma digressão pelo país, numa peça onde desempenhava o papel de John “Many Faces” Bishop, actor vitoriano famoso por desempenhar os papeis de vários personagens históricos.